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By now you should've somehow

Realized what you gotta do

I don't believe that anybody

Feels the way I do

About you now

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"Wonderwall", Oasis.

Chanyeol estava se segurando no batente da janela do quarto de Sehun e tentava não escorregar do telhado enquanto dava batidinhas no vidro. Não era a primeira vez que se esgueirava até o quarto dele durante a noite, mas costumava ser muito mais fácil quando era uma criança. Agora, os pés mal cabiam nos vãos que sempre usou para escalar até a janela do segundo andar. Ainda assim, era uma alternativa muito melhor do que bater na porta de entrada e dar de cara com a vaca da mãe do melhor amigo. Tinha certeza que ela o odiava desde que pegou Sehun o ajudando a pintar o cabelo no banheiro da casa dela e, consequentemente, manchando todas as toalhas brancas de vermelho.

Levou três segundos para Sehun aparecer e abrir a janela. Chanyeol escancarou um sorriso um tanto quanto bobo quando o viu. Tinha acreditado de verdade que o melhor amigo se isolaria outra vez depois do que aconteceu. Não teria o culpado, daquela vez. Estava tão feliz que não tinha sido o caso que mal conseguia conter sua animação.

— Boa noite, garoto do futuro! — Fez sua melhor imitação do Doc Emmett Brown, o que arrancou uma risada soprada de Sehun. Ele logo deu espaço para que pudesse entrar e Chanyeol tentou fazer isso da maneira mais silenciosa possível, o que se tornou uma tarefa muito difícil por estar com um violão pendurado nas costas. Claro que fez um puta barulho quando o braço do instrumento bateu na parede ao se impulsionar para dentro e teve que ser socorrido pelas mãos do amigo para que não caísse lá embaixo.

Sehun o puxou pela camiseta, ralhando para que fizesse silêncio, e nenhum dos dois esperou que fossem ficar tão próximos um do outro quando Chanyeol tropeçou para dentro do quarto. O cômodo estava iluminado apenas pelo abajur, portanto, o rosto de Sehun estava coberto de sombras e Chanyeol não conseguiu traduzir com exatidão o que cruzou pelos olhos dele. Mas sentia o cheiro de sabonete que desprendia da pele dele, o mesmo de sempre, e a respiração mentolada cruzando a sua. Sehun ainda segurava sua camiseta e nenhum dos dois ousou mover um músculo sequer. De repente, Chanyeol só conseguia pensar em cobrar aquele beijo, no qual passou o dia inteirinho pensando. Os dedos de Sehun apertaram um pouco mais a sua camiseta e Chanyeol desceu o olhar para a boca dele.

Sehun se afastou primeiro, como o esperado.

— Que merda cê tá fazendo com esse violão?

Chanyeol precisou de um segundo inteiro para processar o que o amigo havia dito e, então, se deu conta de que trazer aquele negócio tinha sido estúpido demais. O plano era tocar uma música para Sehun e criar todo um clima romântico, mas como ele faria aquilo sem fazer barulho? Às vezes, conseguia ser muito imbecil. Não era culpa sua! Não conseguiu raciocinar direito quando Sehun o chamou para ir até ali, vinte minutos depois de se despediram com um clima de funeral, porque acabou ficando ocupado demais tentando não engolir o próprio coração. Acontecia com as melhores pessoas.

Johnny B. GoodeOnde histórias criam vida. Descubra agora