16. We don't need roads

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NOTA INICIAL: Chegamos no final, vem aqui, segura a minha mão.

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It's something unpredictable

But in the end, it's right

I hope you had the time of your life

"Good Riddance", Green Day.



Baekhyun não conseguia dormir com as portas abertas.

Com cuidado, ele se ergueu da cama do hospital e sentiu o toque frio do chão em seus pés descalços. Seu Walkman estava firmemente em suas mãos enquanto ele se dirigia ao pequeno banheiro do quarto. Lançou um olhar ao lado e notou que o idoso que compartilhava o quarto com ele estava adormecido, deitado no outro extremo do cômodo. Durante os poucos dias em que estivera hospitalizado, só tinha presenciado aquele idoso acordado por um total de dez minutos. Nesse curto período, ele o ouvira resmungar sobre a cama e o curativo que cobria um de seus olhos, além de chamar a enfermeira de vagabunda antes de apagar outra vez. Ao contrário de Baekhyun, parecia que ninguém vinha visitá-lo.

Kyungsoo deveria chegar em breve. Baekhyun, embora estivesse entediado e ainda sob o efeito dos medicamentos para a dor, não conseguia pegar no sono para fazer o tempo passar mais rápido. Isso acontecia porque seus olhos invariavelmente se desviavam em direção à porta do quarto, que sempre permanecia entreaberta. Baekbeom já não estava mais naquele hospital, tendo sido transferido para o da capital devido à gravidade de seu estado. No entanto, Baekhyun carregava uma parte de seu irmão para todos os lugares onde ia.

Baekhyun entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si. Um suspiro pesado escapou de seus lábios enquanto ele colocava os fones de ouvido do Walkman. Com calma, pressionou o botão para rebobinar a fita K7, uma das que havia pego emprestadas de Chanyeol e que agora formavam uma pequena pilha ao lado de sua cama. Ele ligou o aparelho e abriu a torneira da pia, molhando o rosto. As primeiras notas de "No Surprises" começaram a ecoar em seus ouvidos, e ele ergueu os olhos, observando o próprio reflexo enquanto a água escorria na pele. O espelho estava turvo e manchado pelo tempo e a luz branca deixava seus olhos ainda mais fundos e roxos.

Baekhyun pressionou cuidadosamente os três pontos cirúrgicos que uniam a pele, fechando o corte profundo em sua sobrancelha. Seus dedos deslizaram sobre os hematomas que marcavam o rosto, e mais uma vez, uma respiração pesada escapou de seus lábios.

Por um breve momento, Baekhyun fechou os olhos, como se tentasse escapar do que via. No entanto, ao abri-los novamente, a imagem refletida permanecia inalterada. Sua garganta apertou enquanto buscava o reflexo do irmão em seus próprios olhos, que sempre haviam sido treinados para imitá-lo, e depois nos lábios que forçou a curvar para cima. Seu semblante estava cansado, mas ainda era o seu.

Johnny B. GoodeOnde histórias criam vida. Descubra agora