15. Time machine

1K 92 289
                                    

NOTAS INICIAIS: Esse é o penúltimo capítulo, amores!

Assim como o anterior, esse capítulo aborda temas pesados. Novamente haverão trechos de pensamentos depressivos e depreciativos e nesse capítulo o aviso de violência física entra com força. Por favor, leia com cuidado e esteja atento aos seus próprios gatilhos emocionais.

-

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

-

How can one little street

Swallow so many lives

-

"The Kids Aren't Alright", The Offspring.



Chanyeol olhou para trás antes de sair pelo portão de ferro. O prédio quase se escondia atrás das árvores, que começavam a apresentar pequenos botões de folhas e flores se formando nos galhos naquele final de inverno. De onde estava, Chanyeol conseguia ver direitinho a merda daquele internato e amaldiçoou cada tijolo antigo usado para construir um prédio tão feio, desejando que os meses corressem rapidamente para que Sehun saísse daquele lugar tão apático. Quase dois meses haviam se passado desde que se separaram e, embora não tivesse perdido um único domingo de visitação, ele sentia falta da falsa sensação de liberdade que costumavam ter.

Sehun, olhando para as paredes cinzentas do dormitório que havia se tornado sua casa, pensava na mesma coisa. Queria acreditar que tudo daria certo e que conseguiriam sair da cidadezinha onde cresceram. Mas algo sempre sussurrava de forma traiçoeira em seus pensamentos, dizendo que havia feito a escolha errada. A voz dizia que não daria certo e que Chanyeol, eventualmente, se cansaria e não voltaria mais. Que em algum momento, ele perceberia que não valia a pena. Era assim que as coisas eram.

No entanto, Chanyeol continuou aparecendo todos os domingos. Trocavam correspondência, e deveria ser o suficiente. Mesmo que doesse, Sehun ainda sentia que nada daquilo era justo com Chanyeol. Era sua culpa, tudo aquilo era culpa sua. Tentava ficar contente quando o via. Quer dizer, Sehun ficava feliz de verdade em ver o namorado, mas era difícil demonstrar. Era o único sentimento real que parecia sentir, e mesmo assim, não conseguia ficar genuinamente feliz com algo que deveria ser seu único conforto. A sensação eterna de vazio e insegurança o fazia afundar cada vez mais.

Sehun não recebia notícias dos pais desde o dia em que pisou naquele internato. Passou tanto tempo bravo e magoado que pensou que não fosse doer. Mas agora, meses depois, doía mais do que gostaria. Sabia que era sua punição por ter desobedecido. De certa forma, ele se sentia perdido. Passou tanto tempo tentando ser o filho perfeito que estava sem rumo agora que não tinha um papel para manter. Podia ser ele mesmo e, depois de tanto tempo fingindo, nem ao menos sabia quem ele era.

Johnny B. GoodeOnde histórias criam vida. Descubra agora