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Na manhã seguinte, após o café, pegaram o carro e foram para Olinda conhecer a parte histórica. Wednesday ficou espantada com a quantidade de ladeira e morros que havia ali.
- Nunca vi tanto morro junto.
Enid achou graça.
- E que tal fazer uma caminhada do Alto da Sé até o Mosteiro de São Bento?
- Se você está me perguntando isso é porque deve ter muito morro pra subir.
- Estou brincando amor, não farei essa judiação com você. - pôs a mão sobre a perna esquerda de Wednesday. - Vamos de carro e andamos na parte alta da cidade. Lá tem uma tapioca divina.
- Hum! Tapioca! Eu adoro! - Wednesday falou animada.
Tiraram fotos por todos os lugares onde passaram, comeram tapioca e depois foram ver o pôr do sol. A visão era encantadora. Enid abraçou Wednesday por trás e repousou o queixo na cabeça dela. A pianista se aninhou naquele abraço e respirou fundo.
- Acho que nunca vi um por do sol tão bonito. Ou será a companhia?
- Não, é o por do sol. - Enid brincou.
- Podia estar chovendo que eu estaria feliz do mesmo jeito.
- Está gostando do passeio?
- Muito! Mas isso tudo não teria graça se você não estivesse do meu lado. - Wednesday se virou, rodeando os braços na cintura de Enid e a olhou. - Eu amo você! - e encostou a cabeça em seu peito. A sensação era tão boa que ambas fecharam os olhos somente sentindo o vento. Enid abriu os olhos e viu que onde estavam não tinha muito movimento. Levantou o rosto de Wednesday e beijou seus lábios levemente, num beijo doce e suave.
- Eu também te amo. - sussurrou quando os lábios se separaram.
Quando estavam saindo Wednesday resolveu comprar outra tapioca. Enid a esperou e quando ela estava voltando, encontrou com o trio do dia anterior.
- Ah, era só o que me faltava. - resmungou a loira.
- Olá bonitinha! Que coincidência! - Esther sorriu.
- Ô se é. - Wednesday somente respondeu e continuou andando.
- Veio ver o por do sol? Muito romântico, não?
- Ahan.
- Espera. - segurou o braço de Wednesday. - Queria lhe pedir desculpas por ontem, eu estava um tanto...
- Bêbada. Tenho horror a gente bêbada. E mais ainda de gente inconveniente.
- Perdoa gata! Não fiz por mal.
- Mas eu vou te dar um soco por mal. - Enid veio chegando perto das duas.
- Calma amor! - Wednesday pôs a mão no abdômen dela. - Essa moça só veio pedir desculpa e nós também já estamos indo.
- Olha aqui, você é grande, mas não é duas! E se quiser me encarar pode vir, porque eu não tenho medo de você.
Enid olhou para a baixinha resmungando e depois para Wednesday.
- Não, você tem é inveja mesmo. Não vou me rebaixar encostando o dedo em você. Seria muita injustiça.
- Vamos. - Wednesday a chamou e as duas saíram entrando no carro em seguida.
Enid ainda tinha raiva e no rosto uma expressão grave. Sua cabeça estava infestada de pensamentos confusos, nunca na vida tinha sentido tanto ciúme de alguém como sentia de Wednesday. E ela não estava sabendo lidar com tal situação e isso a incomodava muito.
- Fez bem em não brigar, não gosto disso e não valeria a pena. - Wednesday falou calmamente e olhando para ela.
- Podemos ir embora para o hotel? - pediu como uma criança.
- Claro. - Wednesday afagou seu rosto.
O trajeto para o hotel foi em silêncio.
Passando pela recepção Enid falou que era para encerrar a estadia no dia seguinte de manhã, pois partiriam para Porto de Galinhas. O resto da noite foi passado em silêncio, Wednesday não quis incomodar Enid, apenas deitou em seu colo, adormecendo depois.
No dia seguinte tomaram café, saindo em seguida do Hotel por volta das dez da manhã. De Recife a Porto de Galinhas, era pouco mais de sessenta quilômetros. No caminho, como Enid ainda estava calada, Wednesday ligou o rádio e estava tocando uma música de Lulu Santos, a morena escutou um pouco a música e depois começou a cantar:
- Ela me encontrou, eu tava por aí, num estado emocional tão ruim. Me sentindo muito mal. Perdido, sozinho, errando de bar em bar. Procurando não achar. - olhou para Wednesday que sorria de volta. - Ela demonstrou tanto prazer em estar em minha companhia. Eu experimentei uma sensação que até então não conhecia. De se querer bem, de se querer quem se tem.
Então as duas cantaram juntas.
- E ela me faz tão bem, ela me faz tão bem. Que eu também quero fazer isso por ela.
Sorriram quando a música acabou.
- Perdoe por ficar assim, ultimamente tenho ficado confusa e acabo sendo grosseira com você. - Enid desculpou-se.
- Você nunca foi grosseira comigo. Confesso que ver você calada me deixa desconfortável, mas eu procuro te respeitar nesse momento.
- Obrigada.
- Pelo que amor?
- Por ser quem é, só isso. - Enid sorriu para ela e continuou dirigindo.
Chegando em Porto de Galinhas, procuraram pela pousada e logo se acomodaram. O quarto era grande e bem aconchegante. Trocaram de roupa e foram para a praia que ficava logo em frente à pousada.
À noite jantaram na pousada mesmo e subiram para o quarto. Tomaram banho juntas como de costume. Ainda enroladas na toalha, Wednesday falou tentando ser o mais séria possível.
- Deite-se na cama e fique quieta. - olhou para Enid.
- Como é? - a loira riu.
- Agora! - vou bruscamente. - Deita aí. - empurrou a loira.
Enid deitou já se assanhando e Wednesday pegou o lençol amarrando as mãos dela na cabeceira da cama.
- Hum... estou gostando.
Depois de amarrada, Wednesday arrancou a toalha de Enid, deixando-a completamente nua.
- Onde está aquele nosso brinquedinho? - passou os dedos pelo ventre da loira.
- Está na mala, numa nécessaire preta.
Wednesday buscou e o colocou em Enid com ela dando as coordenadas de como o prendia.
- Que pretende fazer comigo? - falou sorrindo maliciosamente.
- Quietinha, você já vai saber.
Wednesday tirou sua toalha e apagou a luz do quarto, deixando somente a claridade de fora, vinda da lua cheia. Enid pode ver a silhueta do corpo dela, era uma tentação e teve ímpeto de tocá-la, mas suas mãos estavam muito bem presas. Improvisou no celular deixando uma música tocando e se aproximou sensualmente. Beijou os pés de Enid e foi subindo por suas pernas. Pegou, ainda que constrangida, o pênis e fez como se o massageasse. Enid não soube explicar porque, mas aquilo a excitou de tal forma que deixou escapar um gemido.
- Vem aqui linda... - Enid chamou.
Wednesday não respondeu, fingindo não prestar atenção. Ajoelhou-se sobre Enid bem próxima à sua cintura, ameaçou abaixar, mas continuou e levou seu sexo até a boca da loira, que nem esperou muito. Passou a língua demoradamente, chupou o quanto pôde, mas Wednesday não permaneceu ali por muito tempo.
Voltou a ficar próxima a sua cintura e pegando a base do pênis o encaixou em sua vagina bem devagar, fechando os olhos numa expressão sexy.
Enid a olhava fascinada, seus olhos estavam escurecidos pela excitação. Começou a se movimentar fazendo Wednesday cavalgar. O clima esquentou e em pouco tempo seus corpos sacudiram num orgasmo intenso.
Wednesday caiu sobre Enid, colocando os braços na lateral do corpo dela, seus rostos estavam próximos.
- Me solte, por favor... - Enid pedia ofegante e Wednesday a soltou. - Preciso tocar em você. - abraçou a mais nova e a beijou. Trocaram carícias até o clima esquentar de novo. Enid penetrou Wednesday novamente, mas dessa vez suas mãos estavam livres para tocá-la. Beijava seu colo e mordia os seios, alternando entre um e outro. Wednesday pegou uma das mãos da loira e levou até seu clitóris.
- Aqui... assim...
Enid massageou devagar, enquanto mordia o pescoço dela, suas falas eram desconexas, mas apaixonadas. Gemeram num longo orgasmo.
No dia seguinte procuraram por praias mais desertas, pois a intenção de Enid era namorar. Só não teve sucesso.
- Enid nem pense em fazer qualquer coisa. Aqui na praia não!
- Ah neném, só um beijinho. - tentava abraçá-la por trás.
- Não! - Wednesday se desvencilhou.
- Ô judiação. - fez bico.
Passearam pela orla, foram à feira de artesanato, que era sempre o lugar predileto de Wednesday, conheceram a ilha de Itamaracá, praia de carneiros e o forte Orange, passaram quatro dias em Porto de Galinhas. Enid estava feliz pela viagem e por ver a alegria de Wednesday. De volta para o Rio, dentro do avião a promotora comentou.
- Amor, podíamos providenciar um passaporte pra você. Vai que uma um dia dá pra gente fazer uma viagem para fora do Brasil.
- Eu, fora do Brasil? - Wednesday riu.
- Por que não? Tem lugares lindos por esse mundo a fora. Embora eu goste muito de rodar por esse Brasil. Aqui tem as paisagens mais belas do mundo.
- Enid, eu ficaria mais confortável se pudéssemos viajar quando eu também tiver condições financeiras.
- Mas pra que isso?
- Pra que eu me sinta mais útil.
- Desse jeito nós só vamos viajar quando...
- Quando eu me formar. Ou quem sabe receber cachês melhores. - sorriu um pouco sem graça.
Enid se incomodou com a conversa. Não quis esticar o assunto para não se desentender com a noiva. Chegando ao Rio, pegaram um táxi e retornaram ao apartamento. Enid avisou sua mãe que haviam chegado e Wednesday avisou Bianca. Ainda tinha mais alguns dias de férias, mas na próxima sexta-feira já teria show com os garotos.
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Melodia | Wenclair (REESCREVENDO)
أدب الهواةWednesday é uma menina do interior de costumes simples que veio para a cidade grande atrás de seu sonho, estudar música. Enid é uma promotora implacável, rica e muito bonita. Ela não dá a mínima para relacionamentos sérios, troca de namorada como tr...