Bang Chan, o capitão mais conhecido e temido do arquipélago, não aceita seus fanstamas do passado o assombrando depois da chegada de Kim Seungmin, o escravo de seu maior inimigo, em sua tripulação.
Início: 06/04/23
Fim: ?
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O píer já era visto de onde estavam. Os suspiros de alívio e felicidade preenchiam o navio. Foram longos meses no mar, com vários problemas e complicações, porém conseguiram chegar a Baía do Sul sem nenhuma perda e, acima de tudo, a encomenda secreta estava intacta. O barco foi manobrado com maestria pelo capitão, atracando em um dos píeres livres que havia. Todos se preparavam para descer. Seungmin tentava manter pensamentos calmos em sua mente, para não se desesperar. Sabia que se aparecesse nas ruas com essa marca horrenda em seu pescoço sem nenhum tipo de senhor do seu lado seria sequestrado e escravizado em pouquíssimo tempo.
- Chegamos - Chan falava alto e com um sorriso no rosto. - Ficaremos no Hell in Heaven, podem sair e fazer o que quiserem, mas durmam na taberna.
Todos concordaram.
- O dinheiro irá ser dividido amanhã de manhã - os gritos de alegria eram altos. - Kim Seungmin - silêncio. - Venha até meus aposentos, os outros podem descer ou esperar, como quiserem.
Os dois seguiram até a cabine do capitão. Seungmin sentia que poderia desmaiar durante o caminho, suas mãos suavam, suas pernas tremiam e sua vista estava turva. Ir a cabine do capitão? Ficou em silêncio enquanto via Chan tirar um lindo lenço com algumas borboletas azuis bordadas de um baú velho. Sentiu seus pelos arrepiando e sua espinha gelar quando o Bang se aproximou e passou o lenço por seu pescoço. Achou que fosse morrer ali mesmo, porém não sabia se seu coração pararia ou se seria enforcado.
- Quero que me perdoe pelo que disse dois meses atrás - Seungmin ficou surpreso. Surpreso e sem palavras. - Não sou aquele tipo de homem que demonstrei ser. Tenho um passado complicado com elfos e isso ainda me causa muita angústia e tristeza - continuou falando enquanto fazia uma touca com o lenço, escondendo a marca. - , mas, vendo você todo esse tempo, percebi que não é uma pessoa ruim.
- Me perdoe também. Fui imprudente e desrespeitoso com o senhor.
- Não sei se aceito sua presença em minha tripulação, porém tenho pessoas em que confio minha vida nessas bandas, poderá ficar com elas - finalizou a amarração e se curvou diante do Kim, esse que ficou muito constrangido pedindo para que se levantasse. Nunca ninguém se curvou diante de si, era acostumado a se curvar aos outros, sempre, e não o contrário. - Receberá uma parte do dinheiro que ganharemos também, aliás ajudou a proteger a encomenda.
Saíram da cabine se deparando com os seis disfarçando. Era óbvio que ouviriam a conversa e o Bang se surpreendeu com o esforço para disfarçar algo.
- Bom, já que estamos todos aqui faremos o seguinte - se preparou para sair. - Iremos até as meninas agora. Se perguntarem, Seungmin é um novo membro da tripulação ou apenas um viajante que pegou carona, nunca deverá sair sozinho ou falar sobre seu antigo senhor. Ficaremos uma semana, no máximo, em terra. Se conseguirmos algum trabalho antes partiremos antes. Vamos.
Desembarcaram todos juntos. As pessoas os olhavam, algumas com desgosto achando que eram saqueadores e imprestáveis, já que eram piratas, outros, que já os conheciam, olhavam com admiração, haviam voltado dos mares bravos do sul com êxito novamente. A taberna uma hora da manhã dessas estava vazia, tirando alguns bêbados tentando curar a ressaca e alguns viajantes. Chegaram e já foram muito bem recebidos por Sana, uma das dançarinas e donas da taberna. Logo todas estavam animadas com a chegada de seus parceiros. Logo cedo lhes foi dado café, cerveja e vinho para beber e pães, frutas e bolos para comer, era muita comida, o suficiente para alimentar oito barrigas famintas. Todos começaram a atacar a comida sem dó, não notando Seungmin quieto e parado, ainda de pé, ao lado de Chan.
