<POV Atsushi Nakajima>
AVISO: CAPÍTULO EXTENSO!
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Mesmo com o corpo e o orgulho totalmente feridos, não pude deixar de sorrir.
Os dias que se seguiram não foram tão tranquilos quanto o esperado.
O clima do escritório, ainda que descontraído e definitivamente mudado pelo sucesso da última operação, tinha vários trabalhos pela frente.
Em meio às anotações, relatórios, reuniões costumeiras e até banais em certo ponto, reestabelecíamos, pouco a pouco, a ordem natural de tudo. Yosano cuidava com muito afinco dos detetives feridos; como já era previsto, Ranpo tinha sido o menos atingido, ficando com apenas alguns arranhões leves.
-Isso é porque minha participação em um conflito tão significativo como esse não teria tanto valor. E porque provavelmente eu seria um dos primeiros a morrer se fosse esse o caso, logo, como é que vocês sobreviveriam sem um gênio como eu?- ele confidenciou, em uma tarde melancólica de fim de janeiro.
Recebemos, diversas vezes, visitas dos mafiosos libertos. Até mesmo aquele senhor, Hirotsu, passou pelo escritório em mais um entardecer monótono.
Quando vimos sua silhueta descendo as escadas, na companhia de Dazai, a maioria guiou-se pelos reflexos e levou as mãos às armas, até percebermos que isso não era mais necessário àquela altura.
Os passos do elegante senhor ecoavam pelo escritório conforme ele caminhava até o centro da sala. Kunikida parou instantaneamente de mexer em suas papeladas e alinhou os óculos, analisando Hirotsu de cima a baixo.
-Como posso ajudar? -O loiro indagou, erguendo-se de sua cadeira.
Hirotsu o encarou com indiferença por alguns segundos, limpou a garganta e anunciou:
-Perdoem-me pela intromissão, creio eu que estão ocupados com assuntos importantes, e serei breve... mas preciso deixar esclarecido... -todos se empertigaram em seus lugares, repentinamente ouvindo tudo com atenção- com a morte de nosso superior, Mori Ougai (que o diabo o tenha), a chefia da Máfia precisa ser passada para o nome de outra pessoa...
-Veja bem, senhor; -Fukuzawa interrompeu o discurso do recém-chegado- estamos trabalhando para evitar que isso aconteça. É de se supor que a senhora Kouyou tenha...
A própria, também presente no momento, resmungou, corrigindo:
-Senhorita.
-...senhorita Kouyou tenha sido designada para tal, por se tratar de alguém de confiança cega para Mori. Imagino que vocês ainda não entenderam o propósito de nossa inconveniente visita do dia anterior...
Troquei um olhar rápido com Ryūnosuke, que estava na escrivaninha ao lado da minha. Percebi uma conotação de estresse e incomodação espelhada nos olhos dele.
Fukuzawa emendou, usando um tom particularmente impaciente:
-Se a Máfia do Porto não fosse tão irracionalmente violenta, nada daquela briga seria necessário. Estamos apenas buscando estabelecer um acordo de paz que beneficie ambas as organizações. Depois, é compreensível que as atividades da Máfia possam continuar, dentro dos padrões permitidos pela lei, é claro.
-Quero que fique evidente que já tínhamos um plano de administração em prol dos civis, algo parecido com a sua... The Armed Street, mas precisamente dentro de nossos padrões...
-Compreensível.
Dazai, como o grande intrometido que era, deixou sua opinião --que ninguém pediu-- registrada:
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The Armed Street ~ {Shin Soukoku Fanfic}
FanficAkutagawa Ryūnosuke apenas procurava uma casa nova afastada dos problemas de Tokyo. Ao encontrar o lugar perfeito para se distanciar de seu passado sombrio que lhe atormentava em seus pesadelos, em uma pacata rua afastada do centro de Yokohama, ele...