Capítulo quatro: Se não pode vencer o inimigo, junte-se à ele

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No instante seguinte, Jennie estava conduzindo-se rumo à Boyoung, urgentemente...

Considerando que a distância não era tão grande e a agilidade em suas passadas, logo Boyoung estava diante dos aliados. Ela travou. Com braços rijos e punhos cerrados, observava as costas de Bae Suzy, que estava sentada sobre uma mesa, cochichando com Minho. Era perceptível que sua respiração encontrava-se descompensada, pois seus ombros subiam e desciam celeremente. Que Deus ajudasse, porque aqueles sinais indicavam que alguma ideia maluca estava passando em sua cabeça.

Embora aparentando fragilidade por conta da sua altura (Boyoung era a menorzinha do grupo), todos sabiam o temperamento marcante que a garota carregava. O receio de Jennie Kim era dela tomar uma atitude áspera e irrefletida que acabasse levando ao castigo.

— Não faça nenhuma bobagem — disse Jennie num sussurro, pousando a mão em seu ombro quando se aproximou o suficiente. — Pense bem antes de agir. Não é uma boa ideia confrontrá-los agora — sim, manter a calma era indispensável.

— Unnie — o tom melancólico de Boyoung mostrou uma reação completamente oposta da qual pensou que tomaria.

Jennie imaginou que Boyoung gritaria em pleno pulmões o quanto Suzy era uma escrota que pensava apenas nela mesma. Que cuspiria com todas as letras que virar as costas para seus colegas foi a pior escolha que poderia ter tomado. Que a chamaria de grande babaca e cabeça oca por negligenciá-la dessa forma. Mas não... parecia que a coitadinha se desmancharia em lágrimas a qualquer momento.

— Unnie...

Suzy continuou ignorando seu chamado, balbuciando algo entre risinhos com Choi Minho.

— Vamos, amiga. É melhor voltarmos pra nossa mesa — Jennie segurou seu antebraço e a puxou quase bruscamente, na intenção fazê-la retornar pra mesa.

Era mais sensato não deixar os capangas presenciarem o alvoroço – por mais mínimo que fosse.

Mas seus pés pareciam colados ao chão...

O corpo estático da garota deixou Jennie meio tensa.

— Suzy! — sua voz soou com mais intensidade, ainda assim, embargada.

Pelo amor de Deus, segura esse choro, Boyoung, pensou Jennie, sentindo indícios de nervosismo permeando em seu corpo.

— Vai continuar agindo assim comigo?

— Caramba, Boyoung. O Namjoon vai chegar. Ele não vai gostar de nos ver aqui. Vamos logo — Jennie resmungou com um fiapo de indignação.

— Sou sua irmã. Sou a pessoa que se importa com você. Não eles. Esses malucos querem apenas usar você, Unnie, nada mais que isso.

— Esquece. Deixa ela — Jennie falou com um misto de raiva e inquietude ao notar o total alheamento de Bae Suzy.

— Fala alguma coisa — Boyoung não se dava por vencida, aquilo estava deixando o clima pesadíssimo, sem contar os olhares de curiosidade e julgamento na cena em questão.

— Que saco! O que você quer? — finalmente Suzy se pronunciou, virando-se para elas, com uma cara de poucos amigos gritante.

— Conversar... — Boyoung encarou Minho, que comprimia os lábios fortemente, sem dúvidas para segurar o riso. — A sós.

— Não posso. Estou ocupada — deu-lhe as costas novamente, rindo de alguma coisa que Minho sussurrou em seu ouvido. Lamentável.

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