Diz que você é minha

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Ao chegar em casa, Helena vai em direção ao banheiro quarto da suíte, sendo seguida por Clara. Seus cabelos estão bagunçados, o rosto corado e ela transpira como ninguém. Agora sua ficha havia caído, e a lembrança da vida se esvaindo dos olhos de Theo a atinge com força. Não arrependida, mas em choque.

"Helena, você precisa tomar um banho" Clara esfrega o rosto com força, nervosa. O estado de Helena era deplorável. "Você está cheirando à pólvora e sangue. Tenho certeza de que tem algumas gotas de sangue no seu vestido"

Helena se aproxima se Clara, gesticulando para o zíper da parte de trás do vestido e sua namorada logo entende, começando a puxar para baixo o zíper. A personal sente os dedos da mulher roçarem de maneira despropositada em sua pele e um arrepio lhe atinge. Toda A adrenalina que sentia por ter matado Theo, precisava ser descarregada de alguma maneira.

Helena puxa as mãos de Clara, fazendo-a apalpar seus seios, e sorri ao ouvi-lá arfar.

"Isso não poderia ser o momento mais inapropriado" Clara murmura.

"Por que? Porque eu matei seu ex-marido?" Helena se vira de frente, encontrando os olhos culpados de Clara. "Fiz isso por você."

"Só que eu não te pedi pra matar ninguém!" se exalta. Helena arregala os olhos e tampa a boca de Clara com a mão, fazendo sinal de 'ssh'. "Você quer que eu vá agora pra cadeia? Não pode nem esperar o dia amanhecer?" ela retira a mão de Clara.

"Desculpa." seus olhos estavam cansados, estava com sono, mas suas memórias recentes não permitiriam que pudesse cair no sono.

"Clara, eu vi o que aquele monstro fez com você. O estrago que ele causou no seu psicológico, eu já não aguentava mais ver ele por aí, vivendo a vida de merda dele, enquanto você sofria." Helena acariciou o rosto da namorada. "Consegue me entender?"

"Eu consigo, mas me sinto tao culpada."

"Você não tem culpa de nada."

"Você foi tão impulsiva, meu amor. Sua sorte é que as câmeras internas estavam em manutenção e nós fugimos do elevador, mas, Helena..." Clara apertou os olhos, deixando algumas lágrimas temerosas escaparem. "Você nunca fez isso antes. Você não é uma assassina de verdade. Eu tenho certeza de que é só questão de tempo até a polícia vir atrás de você."

"Eu sei, imagino que vou ser realmente presa." era como se Clara estivesse com mais medo, que a própria Helena.

"E você diz isso assim, na maior naturalidade?" seu choro aumentou e ela foi amparada pela namorada.

"Ter a paz de saber que aquele animal nunca mais vai poder te tocar, não tem preço." Helena esboça um sorriso fraco.

"Mas eu preciso de você aqui comigo, amor. Eu não quero ficar sem você um dia que seja" seus braços envolvem o pescoço de Helena em um laço gentil, seus rostos próximos e a um passo de tocarem os lábios, com os olhares dentro um do outro. "Eu te amo, Helena."

"Também te amo, meu amor" ela se inclina, deixando um beijo casto na boca da mulher.

"Me diz que não vou ficar sem você?"

"Você pode aproveitar o tempo que temos agora, esta noite. Vamos vivê-la como se fosse a última?"

"Por favor, não diz isso" ela diz e esconde o rosto no peito de Helena, molhando de lágrimas.

Quando se afastam, Helena a beija, as línguas se envolvendo em urgência e desespero, as mãos de Helena apertando seun corpo contra o dela, viajando entre suas curvas, em cada detalhe.

Elas caem juntas na cama e Helena termina de se desfazer do vestido, puxando pra baixo, até tirar totalmente, ficando com os seios inteiramente descobertos.

"Você é linda demais." Clara diz ao pé do ouvido de Helena, e a beija no pescoço.

Os lábios molhados são arrastados por cada extensão de pele, a fazendo gemer.

Helena ajuda Clara a se despir e iniciam outro beijo.

Suas mãos apertam os seios dela, até abocanhar um deles. Enquanto chupa um seio de Clara, Helena roça com os dedos o centro encharcado da mulher, deleitando-se em seus gemidos.

"Amor, por favor" Clara pede.

Helena não quer jogar, não quer torturar, naquela noite queria apenas e tão somente amar Clara Albuquerque como se não houvesse amanhã. Seus dedos entram nela com facilidade e suas estocadas rápidas e fortes arrancam-lhe gemidos altos e arrastados.

"Diz que você é minha" Helena pede, ainda a estimulando.

"Eu sou sua, amor." suas mãos acariciam o rosto de Helena e compartilham um sorriso.

"Amo ouvir isso" Helena retira seus dedos de dentro de Clara e desce em direção a sua intimidade. Sua boca logo inicia um trabalho em conjunto com a língua, estimulando Clara, até que a mesma se rende em um orgasmo intenso e lento.

Clara a beija apaixonada e em certo desespero.

***


Helena inicia seu dia feliz, com Clara ao seu lado na cama. Quando a vê se espreguiçar lentamente, logo lhe oferece um beijo de Bom dia.

O beijo ganha intensidade e Helena rola, ficando por cima. Clara parece pensativa, porém, quando diz algo, para a surpresa de Helena, não tem a ver com Theo.

"Amor, eu tava pensando. Eu me reprimi sexualmente a vida toda, mas parando pra pensar, eu acho que sou bissexual" Helena olhava atentamente para ela. "Aqueles beijos nas minhas amigas no passado. Eu gostei. E depois que te conheci, tudo que eu era capaz de sentir por uma mulher só se tornou ainda mais evidente"

"Onde você quer chegar?" perguntou curiosa.

"Sou capaz de me atrair por homens e mulheres, mas-"

"Mas?" arqueou as sobrancelhas.

"Quando eu penso em alguém pra dividir a vida, a pessoa pra quem eu voltaria pra casa todos os dias, alguém com quem eu amaria dividir meu closet, vem sempre uma mulher na minha cabeça"

Helena sorriu e tenta compreender melhor. "Você tá dizendo que não tem certeza se é mesmo bi?"

"Não, eu tô dizendo que talvez meus sentimentos por mulheres sejam mais fortes"

Helena solta uma gargalhada e em seguida enche Clara de cócegas.

"E o que aconteceu com o beijar amiga só pra provocar os caras?" debocha da situação.

"Eu errei em dizer isso. Só estava com medo."

Trocam um olhar cúmplice e de repente ouvem três batidas fortes na porta do quarto. Se vestem rapidamente com seus roupões.

Clara se levanta da cama, após beijar o topo da cabeça de Helena, alegando que tudo ficaria bem. Abre a porta.

Ela da de cara com Rafa.

"Bom dia, mãe. Tem uns policiais querendo falar contigo e com a Helena."

As duas mulheres trocam um olhar espantado.

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