Sempre ao seu lado

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Eu coloquei o Fernando e a Laura na capa do capítulo, pra vocês conhecerem eles.


Era muito tarde quando Helena e Clara despertaram de seu sono ao ouvir um grito infantil vindo do outro quarto. Chovia forte e algumas gotas de chuva podiam ser ouvidas ao baterem contra o vidro da janela. Elas foram juntas até o quarto de hóspedes, encontrando Laura chorando, completamente assustada.

"O que foi, meu amor?" Helena disse se aproximando da cama.

"Tive um pesadelo, tia Lena" Laura suava e estava descabelada. "Posso ir dormir com vocês?"

Helena direcionou um olhar um questionador à Clara, que apenas sorriu.

Voltaram ao quarto, desta vez com Laura. A menina se acomodou no meio das duas mulheres e depois de alguns minutos tentando retornar ao mundo dos sonhos, adormeceu segurando a pontinha da blusa do pijama de Clara. Seu sono parecia sereno e tranquilo.

Clara perdeu as contas de quantas vezes sentiu falta da época em que Rafael era pequeno. Estar com Laura estava sendo como matar um pouco dessa saudade que sentia.

Acordada, mas em silêncio, refletia a respeito do dia que vivera, de toda preocupação e cuidado com Laura.

"Como é possível que a Letícia mantenha distância dela sempre que pode?" Helena disse, abismada, observando Laura em um sono tranquilo. A personal acariciou o rosto da sobrinha. "Ela é linda, inteligente e esperta."

"Também não entendo, amor."

Na manhã do dia seguinte, antes que Helena pudesse pensar em levantar da cama, Rafael bateu na porta, trazendo a notícia de que o pai da mesma estava na porta. Na mesma hora, Laura saiu correndo, ignorando qualquer outra coisa e se jogando nos braços do avô ao vê-lo.

"Vovô, que saudade!" dizia, e o beijou na bochecha.

"Também estava morrendo de saudades, meu docinho" afirmou sorridente ao pegá-la no colo.

Helena cruzou o olhar com o pai e a atmosfera mudou de repente. Clara surgiu, pegando Laura e a direcionando para outro cômodo, deixando Helena à sos com o pai.

Joel não precisou perguntar para saber se a filha teria feito o que disse que faria. A opacidade encontrada nos olhos dela, denunciava o crime, ao menos para seu velho pai, que a conhecia como a palma de sua mão.

"Espero que você tenha ao menos tomado o cuidado necessário" sussurrou próximo ao ouvido da filha. Joel segurou os dois lados do rosto de Helena e aprofundou seu olhar nela: "Você sempre foi uma menina teimosa, destemida e movida por amor. Eu admiro você, mesmo que nunca a veja feliz em um casamento com um homem."

Helena se afastou, rejeitando o contato, sentindo raiva e certa tristeza.

"Eu não preciso de um homem. E se quer tanto me ver casada, um dia você vai ver, mas será com a Clara."

Joel não teve tanto tempo para conhecer a mulher por quem sua filha havia cometido um crime hediondo. Apenas conseguiu notar que era bela e um pouco mais velha que ela.

"Como você me achou aqui?" Helena cuspiu, irritada.

"Quando entreguei a arma, eu segui você, precisava saber onde te achar caso não estivesse no seu apartamento" confessou, sem delongas.

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