Written For You [E.P]

Foolish One

Foolish one
The day is gonna come for your confessions of love
When all is said and done
He just wasn't the one
No, he just wasn't the one

Foolish One - Taylor Swift 

Emily Prentiss

Trabalhar com pessoas é extremamente complicado. Primeiro, pessoas mentem. Segundo, pessoas mentem. Terceiro, pessoas mentem. São nesses momentos que percebemos que as vezes não precisar interagir diretamente com os outros é uma benção. A não ser que seu nome seja Penelope Garcia e você precise estar interagindo com as pessoas a todo momento para não enlouquecer. 

Ela nos arrastava para praticamente todos os lados, especialmente eu. JJ não acompanhava sempre por conta de Will e Henry. Vou admitir, eu gostava quando Penelope me levava para algum lugar. É como sentir que você está vivendo alguma coisa diferente que provavelmente não vá acrescentar nada em sua personalidade ou em sua vida, mas na realidade tudo pode mudar. Pen faz com que nos sentíssemos menos sozinhos no mundo e eu não poderia ser mais grata por isso. 

Irmos ao encontro de fãs daquela autora foi algo que expandiu muito a minha capacidade de  observação. Eu sabia que mulheres que escreviam para mulheres era algo poderoso, mas eu não entendia direito até perceber como existe uma conexão com as palavras que ela escreve e as pessoas que se identificam. Se eu já tinha chorado com um livro de romance? Nunca. Eu chorei? Como se a pessoa com o coração partido fosse eu.

Acreditar em alma gêmea é algo que eu nunca acreditei. Comigo, todas vezes que tentei encontrar algo profundo e durador acabou em traumas, inseguranças e perda de tempo. Eles dizem que sempre aparece um amor quando nós não estamos procurando e nem um pouco preparados, é mentira, não vai acontecer. Conexões como essa acontecem com pessoas que se preparam, pessoas que merecem e que se dedicam e a única coisa na qual venho me dedicando a anos é meu trabalho. 

Era uma manhã extremamente tranquila, não haviam casos novos e a papelada estava quase toda encerrada. Era possível ouvir apenas o barulho de teclas e papel virando. Porém, fomos tirados do transe pelo barulho dos saltos de Garcia, que estavam se aproximando cada vez mais rápido. Tirei os olhos do computador em minha frente e observei a mulher vindo em minha direção. 

''Emily Prentiss, você não vai acreditar no que acabou de acontecer!'' Eu já tinha visto ela sorrir, mas desse jeito era a primeira vez. ''Lembra daquela autora que conhecemos? Inclusive, ela não parava de te encarar, acho que ela pode ter gostado de você.'' Revirei os olhos e cruzei os braços esperando ela terminar de falar. 

''Foco, Garcia.'' A repreendi com uma risadinha e balancei a cabeça. 

''Ela me mandou um e-mail dizendo que se interessou no nosso trabalho e gostaria de saber mais sobre porque ela quer escrever um romance envolvendo a nossa profissão! Emily! O que eu deveria responder? Quer dizer, eu não contaria nada sobre casos e essas coisas, mas sobre o que fazemos em geral, só que com detalhes. O que você acha?'' 

''Eu acho que se não vai fazer mal algum ou expor nosso trabalho de um jeito que piore as coisas.'' Ela me abraçou rapidamente e sorriu. 

''Ótimo, porque eu já enviei um e-mail concordando. Vamos nos encontrar amanhã a noite em sua casa. Você e Derek vão comigo.'' Ela sorria orgulhosa de sua organização. ''Não adianta reclamar, docinho. Você não tem nenhum compromisso e Derek vai onde eu for.'' 

Pensar em Elizabeth era algo engraçado, não de uma forma ruim. Ela é uma romântica incurável, que passa tempo demais acreditando em pessoas que alimente seu ego com falsas esperanças. Eu já estive em seus pés e sei exatamente como é o caminho para chegar até onde cheguei. O remédio para acreditar que estamos conectados por uma estúpida linha imaginária, até não acreditar em absolutamente nada são muitas desilusões. Não desejo que ela se torne como eu, mas também prefiro manter meus pés no chão para evitar que a queda seja mais alta do que aguento.