Written For You [E.P]

Epilogue

I was stumbling, looking in the dark

With an empty heart

But you say you feel the same

Could we ever be enough?

Baby we could be enough

Home - One Direction

Elizabeth Willbert 

Eu estava tão feliz, me sentindo finalmente completa, viva e feliz pela primeira vez. Achei que já tinha alcançado um estado pleno de felicidade, mas não era verdade. Me senti viva pela primeira vez quando conheci os gêmeos Harry e Luke em um dos orfanatos que visitamos durante nossa procura. Emily e eu nos olhamos no instante que nossos olhos encontraram os garotos, sentimos naquele momento, que eles eram nossos filhos. Fizemos todo esse processo em completo sigilo, o que foi muito difícil, especialmente para Em que trabalhava com pessoas que liam seu comportamento. Ainda me lembro perfeitamente quando eles chegaram em nossa casa, confusos e muito felizes por estarem ali. Os dois estavam prestes a completar 14 anos, foram abandonados há poucos anos e estavam no orfanato desde então, senti em meu peito que tê-los ali, era como se eu tivesse curando uma parte de mim que achei que não precisaria de cura. 

Emily estava feliz, mesmo que não demonstrasse o tanto quanto eu, mas vê-la relaxada e totalmente preparada para qualquer situação era algo que me deixava muito mais certa de que tinha feito a escolha certa ao me casar com ela. Nos casamos em uma cerimônia com poucos convidados no quintal de nossa casa, como nos filmes de comédia que passamos horas assistindo, foi tão especial ter nossos amigos e nossos filhos presentes naquele momento. Apesar de estarmos sempre ocupadas, tínhamos tempo de sobra para conversar e criar laços com a família que construímos. 

As coisas tiveram uma certa reviravolta quando resolvemos que deveríamos ter um bebê. Foi uma conversa extremamente longa com médicos para que pudéssemos, finalmente, escolher quem deveria gerar aquela vida. Emily não queria correr o perigo de que algo acontecesse em seu trabalho e preferiu que eu fosse a escolhida para isso, não houveram discussões ou dúvidas para saber que eu era a pessoa perfeita para isso. O início do tratamento foi um pouco turbulento para nós duas, eram muitos hormônios e muitos resultados negativos. Foram quase um ano de muitas inseguranças e lágrimas, até que finalmente tivemos nosso resultado positivo. Emily estava preparando o café da manhã com Harry e Luke quando apareci em completo choque, soluçando com o teste positivo. Nós quatro entramos em uma bolha de alegria, lágrimas e muito riso, acredito fielmente que todos nós estávamos completos naquele momento. 

Os meses da gravidez foram passando de maneira suave, aos poucos íamos nos acostumando com a ideia de ter mais uma pessoa naquela casa e foi um processo lento para que eu entendesse que tinha uma pessoa crescendo dentro de mim. Os enjoos matinais, as vontades abruptas de comer, os hormônios descontrolados, tudo que envolvia o crescimento do bebê era um mundo de possibilidades que estava explorando. Emily tinha desenvolvido um sentimento de proteção muito grande quando adotamos e eles aumentaram de maneira crescente, assim como o dos garotos tinha se tornado algo muito grande também. Minha esposa ainda estava relutante trabalhar longe por alguns períodos, fazendo com que Penelope sempre passasse em nossa casa para se certificar que eu estava bem e saudável.

Aproveitar essa gravidez com meus filhos foi algo que mexeu muito comigo, eu precisava ter certeza a todos os momentos de que eles não se sentiriam abandonados quando nossa garotinha, Jude, estivesse nesse mundo. Harry sempre afirmava que sabia que ela era uma adição a nossa família e que não mudaria nada. Luke por outra lado, precisou de um tempinho, mesmo não falando, sabia que ele tinha medo do que poderia acontecer, mas a ideia de que tanto eu como Emily estaríamos ali para sempre, independente do que acontecesse. O amor que nós trocávamos era tão puro e libertador que eles quebraram uma barreira invisível que os impedia de serem completamente honestos e expressarem seus sentimentos.