Capítulo 20

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Os dentes de Regulus batiam enquanto ele se arrastava pela neve, protegendo o rosto do frio cortante que o rodeava. Suas bochechas ficaram vermelhas.

A essa altura já estava escuro.

Há quanto tempo estamos caminhando? Já faz... o que... uma semana desde o Natal? Talvez mais. Pelo menos Severus disse que estaremos lá esta noite. Regulus não conseguia ver a lua, então não tinha certeza se a meia-noite já havia passado.

— Onde estamos indo? — ele disse.

Os lábios de Severus se franziram em uma linha fina enquanto ele carregava uma Evelyn quase congelada em suas costas. A garotinha agarrou-se ao pescoço dele com toda a força que lhe restava.

— Severus, por favor! — disse Regulus. — Nós caminhamos o dia inteiro! Pense em Evelyn. Ela está ficando azul!

— Estamos quase lá, — Severus rosnou sobre a lufada do vento nevado. — Nós estamos indo para um dos pontos de encontro da Ordem da Fênix. Lá, nós vamos chamar o guardião secreto do lugar que realmente estamos indo, então eles vão nos convidar para entrar. Então nós vamos usar o Flu lá.

— Isso tudo soa muito bem, mas quanto tempo antes de sairmos da neve? — disse Regulus.

— Lá! — Severus apontou diretamente à frente.

Regulus apertou os olhos com força. Uma pequena luz cintilou na escuridão. Ao se aproximarem, ele percebeu que eram várias luzes. Janelas! Sua força aumentou apenas o suficiente para levá-lo ao seu destino, mas o caminho ainda parecia interminável. Quando chegaram à porta, Regulus poderia jurar que seu cabelo estava ficando azul.

Severus esmurrou a porta com um punho.

— Espere, espere! — disse a voz familiar de um homem de dentro. — Quem vai lá?

— Severus Snape!

— Diga-me três coisas que só Severus Snape e eu saberíamos, — disse o homem lá dentro.

— Arthur, estamos morrendo de frio aqui fora, — Severus sibilou. — Tenho uma criança comigo!

— E eu tenho três filhos aqui. Nunca é demais ter certeza, — disse Arthur.

Severus resmungou.

— Na maior parte do tempo você me conhecia, você pensava que eu era um funcionário do Ministério Alemão chamado Johan Jones. Lola era minha parceira na Ordem da Fênix, ela é um animago papagaio, e merecidamente. E Dumbledore tentou me fazer comer sorvete de limão a última vez que nós três participamos da mesma reunião, antes de sua morte. Agora, você poderia me deixar entrar? — ele rosnou.

A porta se abriu, e Arthur Weasley, de cabelos ruivos, olhos arregalados, e todos os cumprimentaram.

Severus empurrou Arthur para a entrada, onde colocou Evelyn no chão.

Regulus correu atrás de Severus.

— O-olá de novo, ss-senhor. — Seus dentes ainda batiam.

— Meu Deus! — Uma mulher ruiva apareceu ao lado de Arthur. — Você parece congelado até a morte! Venha para a sala onde há uma lareira. Oh, querida, é uma garotinha? — Ela se curvou para Evelyn.

Evelyn estava muito cansada e com frio para protestar contra a atenção da mulher, embora ela tenha agarrado a capa de Severus e dito grogue:

— Mãe?

— Ainda não, receio, — disse Severus com um empurrão gentil para desalojá-la de sua capa e empurrá-la para os braços da Sra. Weasley.

— Desculpe, querida, mas farei o que puder para aquecê-la e aconchegá-la. Você está fria como gelo! — A Sra. Weasley pegou Evelyn. — Gostaria de algo para comer? Beber? Tenho biscoitos caseiros. Ou que tal um bom chocolate quente? Chá? — Ela continuou falando enquanto carregava Evelyn para longe.

Fractured Paths - TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora