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"Malbec"
🇧🇷 ¹³/⁰⁸
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Tᵒᵇᶦᵒ

Eu sinto que hoje a noite é nossa, e se abusar até a lua está desejando a minha boca na sua.

A Lua alta, juntamente a um céu limpo, sem uma mísera estrela ou nuvem é o cenário que posso observar agora.

Sentado no banco do carona ao lado de Oikawa, rodeado de decorações exageradas pelo veículo, "Açúcar em mim – PPA" adentra em meus ouvidos em um som exageradamente alto, enquanto Toru tagarela em minha orelha desde que entrei no veículo, não é possível que essa criatura tenha tantas reclamações e assuntos idiotas para ficar falando tanto assim.

Há alguns minutos atrás, a ansiedade para sair de casa estava me consumindo, pensar na grande possibilidade de encontrar o Hinata lá estava me deixando maluco. Não estou realmente me importando em sair com o Oikawa, e sim ter o prazer de ver o ruivo pessoalmente de novo, mas dessa vez, sendo ciente que estamos em um momento para conhecermos melhor um do outro.

Trajando uma calça jeans preta, juntamente a uma camisa preta também, posso ver a minha falha gigantesca em montar uma roupa para impressionar Shoyo, já que além de estar me sentindo péssimo nessa roupa, eu não tinha certeza se ele estaria lá.

Não sei se posso descrever muito bem o que estou sentindo nesse momento, mas por algum motivo, sinto que essa noite seria muito bem aproveitada, pelo menos da minha parte.

O Oikawa dirige como louco pelas ruas tumultuadas do Rio, algo que pode ser explicado pelo horário, são oito e meia da noite, que, geralmente, é um momento de grande movimento, ainda mais na Zona Sul.

Não demorou muito para que eu já pudesse avistar a entrada do morro do Vidigal.

Chegamos ao nosso destino mais rápido do que esperávamos. De dentro do carro, pude ouvir claramente um som exagerado vindo do local, luzes saiam do meio das casas amontoadas e iluminavam com luzes coloridas um determinado ambiente de lá.

O veículo foi estacionado de maneira meio torta em uma vaga um pouco distante da entrada do estacionamento, fazendo-me questionar o porque eu escolhi sair com o Oikawa, mesmo tento o meu objetivo em mente, eu sentia que meu amigo iria dar "pt" hoje, e sobraria pra mim ajudar esse doido. Ajeitei meu corpo em direção a porta, saí de maneira rápida do carro, fechando a porta e ficando ao lado do veículo, esperando Oikawa parar de olhar seu visual no retrovisor.

— Vai enrolar mesmo? — indaguei um pouco alto para que o homem dentro do carro escutasse, ele me olhou de forma irritada e saiu do veículo.

— Hum, eu tenho que estar bonito hoje, o que custa você ter um pouquinho de paciência, em?! — ele me questionou irritado, enquanto trancava o carro me encarando.

— Me poupe dos seus dramas, daqui a meia hora você já vai tá' loucão' e nem vai se importar com a aparência — retruquei agitado, começando a caminhar até a saída do estacionamento, o deixando para trás.

A única resposta que eu recebi foi uma careta, na qual eu vi antes de começar a caminhar.

Apenas dei alguns passos para frente e pude ouvir Oikawa se aproximando e ficando ao meu lado, uma brisa quente rebateu contra meu rosto, e me peguei encarando o céu, não havia uma miserável estrela, permanecendo o claro destaque da lua cheia juntamente ao clima quente clássico do Rio.

— Caralho, esse lugar 'tá mais quente que o inferno, puta que pariu' — a reclamação foi dita em um som mediano pelo moreno, que mantinha um semblante irritado diante a mim.

— Você não parece carioca falando isso — provoquei o rapaz, que apertou seus passos juntamente a mim.

Finalmente saímos do local, e agora, estávamos caminhando calmamente pela calçada, percebendo o movimento intenso próximo à entrada do Vidigal.

𝗚𝗮𝗿𝗼𝘁𝗼 𝗱𝗲 𝗜𝗽𝗮𝗻𝗲𝗺𝗮; 𝘒𝘢𝘨𝘦𝘩𝘪𝘯𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora