"Eu sei que algum dia você terá uma bela vida
Eu sei que você será uma estrela
No céu de outro alguém, mas por quê? Por quê? Por quê?
Não pode ser, oh, não pode ser no meu?"
Black, 1991Sabe quando você está vivendo uma fase ótima da sua vida, tudo dando certo, você conheceu uma pessoa legal, seus planos fluindo e tudo mais? Eu levei algum tempo pra acreditar que isso estava acontecendo comigo e quando acreditei levei mais um pouco para aceitar que merecia tudo aquilo. Era tudo novo, ele era tão engraçado, carinhoso e escandalosamente lindo, custei a acreditar que tudo aquilo estava a meu alcance, tudo bem que em contra partida tinhas toda a burocracia de ele ser famoso e precisarmos ser discretos, sem contar nas fãs que podem ser... Como posso dizer? Um tanto quanto "extras".
Daqui alguns dias preciso ir para casa e confesso já estou com saudades. Desde que minha mãe visitou a Coreia mal falei com ela, as vezes repasso nossa conversa e algo me incomoda, incomoda muito. Ela veio sozinha, exigiu que eu fosse até ela, parecia nervosa e um pouco triste também
-Mamadi- me curvo antes de abraça-la - o que é tão urgente? É meu pai?
- Querida - ela toca no meu queixo, me analisando- está tudo bem com ele, mas preciso da sua ajuda e compreensão.
Estávamos em um restaurante chic, suas imensas janelas de vidro proporcionavam luz natural ao ambiente, suas mesas com toalhas de linho extremamente brancas eram bem afastadas, dando assim privacidade aos clientes, o ambiente clean tinha um contraponto na parede com obras de arte que apesar de serem coloridas eram extremamente sofisticadas.
-Lembra quando você ganhou aquela competição de pintura? - ela pergunta ao perceber que observava as obras - você era tão talentosa...
-Já faz muito tempo - a olho como se pedisse para não entrar no assunto - vamos ao que interessa, do que a senhora precisa?
-Da sua assinatura - bem direta e cirúrgica - Precisamos passar o maior número de ações das clínicas para as mãos de um procurador
-Porque? - estou bastante confusa - O que está acontecendo?
-Aniket... - ela começa um pouco envergonhada - de alguma forma ele fez seu pai passar as ações dele para seu nome...
-E Odara? - realmente quero entender o que se passa
- Está do meu lado e já passou suas ações para o procurador...
-Que seria...?
-Você faz muitas perguntas... - ela se irrita
-Desculpa, não quis desrespeitar - ela coloca um documento em cima da mesa e aponta onde assinar
-O que está fazendo? - questiona quando começo a ler - sou sua mãe, você precisa confiar em mim
-Ok, desculpa mamãe - pego o documento e assino nos locais indicados - pronto, feliz?
-Muito, obrigada querida...
Fazemos uma refeição silenciosa, ela questiona sobre meus olhos, digo que estou virando noites acordada, o que não é bem uma mentira, ela se despede, dizendo o quanto me ama e que sente muito por tudo ser assim. Aquilo ainda ronda minha mente mesmo quase três meses depois.
Agora estou ali no meio daquela cozinha ridiculamente limpa, (trabalhamos duro depois da bagunça de ontem) pensando no que posso fazer de café da manhã para o homem que dorme sereno no quarto. Talvez panquecas? Lembro da sua baixa tolerância a gluten, comemos pizza ontem, ovos e bacon? Americano demais... Opto por omelete, um pouco de arroz e barriga de porco, não tem como errar. Começo procurando os ingredientes, quando estou terminando a omelete ele entra no meu campo de visão, usando apenas um elástico de cabelo e uma calça de moletom que não deixava nada pra imaginação,os pés descalços era um bônus, ele olha a cena na cozinha um pouco apavorado, passa para dentro do pequeno espaço e começa a juntar minha pequena bagunça.
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Decalcomania
FanfictionPurple só queria curtir o festival em paz, afinal sua vida havia dado um giro inesperado, porém ele acaba esbarrando no idol queridinho da Coreia e (na sua opinião) metido a besta e foi ranço de primeira, pelo menos não teria que vê-lo de novo...