Flashback S/n
Eu tinha dúvida sobre minha sexualidade, eu gostava de meninas, mas ao mesmo tempo de meninos, isso me fazia ficar confusa e me sentir mal. Eu pensava na reação que minha mãe teria se soubesse que eu beijava meninas, ou que eu aparentemente gostava de meninas.
Isso me perturbava muito, eu já tinha ficado com muitas meninas,e eu gostava disso, mas também gostava de meninos, se isso é confuso pra mim imagina pra ela, ela não vai entender nada e vai ficar ser reação.
Eu estava decidida a falar pra minha mãe que eu estava namorando, ou melhor conhecendo uma menina da escola, nenhuma de nós tomamos iniciativa de pedir em namoro, acho que era por conta do medo de começarmos a namorar e pararmos de ser como era antes.
Eu sou muito melosa, grudenta, chata, fico muito em cima dela, e as vezes eu via o desconforto no seu olhar, e eu me afastava.
Já teve vezes de brigarmos por que ela não fala o que sentir quando eu ficava abraçada com ela, ela não falava se gostava ou não, se sentia confortável ou não, isso me deixava meio que com medo de continuar aquilo.
—Oque tá acontecendo com você Shirley? Eu tô te fazendo algo? - Eu falava e me afastava dela.
—Não, não, você não fez nada, tá tudo bem! - ela forçava um sorriso e vinha me abraçar, mas eu a empurrava e ela me olhava.
—Não está nada bem, você ultimamente está estranha comigo, quer me contar algo e não sabe como.
—Você não confia em mim? - ela me olhava com dúvida.
—Não é questão de confiar Shirley, eu confio muito em você, mas você parece não confiar em mim, ou até mesmo sentir vergonha de mim.
—Por que eu sentiria vergonha de você?
—Nós literalmente estamos no shopping, eu ia dar a mão pra você e você soltou. - Ela parava de andar e me olhava. — Eu realmente não sei o que você tem, ou o que quer me falar, mas se estiver acontecendo alguma coisa, não se esqueça do combinado que fizemos antes de começar isso.
Eu voltava a andar, e ela andava do meu lado, calada sem falar absolutamente nada, e isso me machucava, eu sentia que eu estava acabando com a liberdade dela, que eu não estava deixando ela fazer nada, nada no sentido de que eu ficava muito em cima, por que ela saia pra todos os lugares mesmo sem mim.
—Você realmente quer ouvir o que eu tenho pra dizer? - ela pegava na minha mão e me puxando, fazendo eu ficar na frente dela.
Eu gelei ali mesmo, parecia que eu sabia o que ela iria dizer.
—Eu quero sim, quero saber o que se passa na sua cabeça. Somos praticamente namoradas, vamos fazer 6 meses amanhã e combinamos de não guardar segredos entre nós.
Ela abaixava a cabeça, pegava na minha mão e me olhava de novo.
—Eu não sei nem por onde começar, bom..... você é muito importante pra mim, eu amo estar ao teu lado todos os dias, amo seu humor meio duvidoso. -Nós riamos baixo.
—Gosto quando você me abraça, isso é o que eu mais gosto, gosto não, amo, eu sabia que você seria minha desde o dia que bati meu olho em você naquele busão. -Riamos mais um pouco ao passar nas nossas cabeças como nos conhecemos.
—Eu passei a ser a mulher mais feliz quando recebia suas mensagens, suas fotos aleatórias, seus áudios rindo e me falando sobre seu dia. Cada momento que passamos juntas eu vou levar pra vida, e espero que com você seja o mesmo. Nenhum dos meus relacionamentos foram tão bons quanto esse, nunca me apeguei a uma pessoa como me apeguei a você. - eu dava um sorrisinho bobo.