Saudade

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-ela foi mesmo né?
-claro que foi, ela liga pro médico
até se eu espirrar, Sara
-imagina o médico atendendo ela e escutando ela perguntando
-eu quero só saber como, e o quê ela vai perguntar
-duvido ela contar

Não demorou muito pra Luiza voltar pra sala sorridente, como quem tivesse acabado de receber a melhor notícia do mundo.

-e ai? /T
-pode! /L
-Claro que pode né Luiza! Eu só tô grávida! /T
-ué, mas você está de 6 meses, a gente nunca fez isso antes /L
-ainda bem né Luiza, porque eu acharia bem estranho já que esse é nosso primeiro filho, e até onde eu sei ninguém aqui nunca nem chegou perto de ser madrasta / T

-Com ciúmes é mais caro!

-Sara, Sara... /T

-Brincadeira!

-Se você irritar ela, e ela desistir eu juro que você dorme na sala /L
-amor, ela já tá dormindo fora do quarto, esqueceu? / T

-fala mais Luiza, ta ótimo ver você subindo pelas paredes só porque a Thais vai deixar a gente tocar nela

-Às vezes, eu me pergunto em que momento da vida eu estava com a cabeça quando aceitei casar com vocês. Vocês parecem duas adolescentes que sempre ficam felizes quando eu cedo qualquer mínima coisa /T

-a Sara! /L

-Luiza, eu te conheço! E outra, eu sou casada com vocês, vocês tocam em mim o tempo todo. Que conversa é essa, credo! /T

-Será que grávidas tendem a mentir Lu?

-pelo jeito sim, loucura né / L

-é sério isso? / T

Thais perguntava indagada, e rindo da própria atitude. Já que todas nós sabiamos que quando se tratava de sexo, só uma de nós tinha voz ativa ali. E ninguém, ninguém mesmo queria mudar isso. Essa era uma das melhores partes do nosso casamento.

Terminamos o jantar, conversamos um pouco na varanda, rimos e paramos por momentos inteiros só para ficarmos em silêncio. Nosso silêncio confortável. Nosso bebe também quis agradecer pela noite, deu chutinhos fazendo a gente morrer de amores, por sorte estávamos gravando esse momento. A noite estava perfeita, como sempre quando estávamos juntas.

Thais estava linda, ela sempre estava. Mas a Luiza não errou quando previu que a gravidez ia lhe cair bem, ela irradiava uma beleza, e uma sexualidade que pulsava sem que ela fizesse esforço algum. Nunca vou me esquecer daquela cena, Thias na nossa banheira com o cabelo envolto pelas mãos da Luiza que cuidadosamente prendia cada pedacinho em nó frouxo, a Thais sorrindo leve, nossas músicas tocando. Elas me convidam pra entrar.

Toquei a Thais com desejo, com saudade. Thais estava entregue, naquela banheira ela não quis jogar, e eu pude sentir. Luiza mesmo tentando ter cuidado com cada movimento não se controlava, ela envolvia o corpo da Thais que agora já estava grudado ao seu como um abraço, Luiza beijava cada centímetro das costas da Thais, sem esquecer uma parte sequer enquanto sussurrava o quanto estava com saudade, Thais não conseguia responder, tudo que saia da boca dela eram gemidos quase que abafados enquanto ela apertava parte da minha perna que estava a sua vista. Parecia que eu e a Luiza estávamos em ritmo contínuo, era a mesma musica, enquanto eu tocava a Thais e cada vez mais podia sentir ela pulsar, a Luiza a beijava em seu pescoço, envolvia seus seios e a cada toque mais intenso ouvíamos a Thais gritar, dessa vez não mais abafado. Ela tinha desistido de tentar se conter, nenhuma de nós conseguia mais. Puxei a Thais a virando de costas, enquanto ela devorava a Luiza com o olhar que tanto nos despia. Dessa vez era eu quem beijava parte por parte do seu pescoço, sentindo o cheiro do seu corpo. Thais beijava a Luiza sem deixar nenhuma pausa, elas não respiravam, e nem eu.

Thais não queria parar por ali, ele pediu pra que a gente fosse pra nossa cama. Em pouco tempo era a Luiza quem estava soltando gritos abafados, ou pelo menos o mais abafado que ela conseguia. Thais não se importou, nem mesmo com a falta de ar aparente da Luiza. Luiza não pediu que ela parasse, me puxou pra perto fazendo com que eu tocasse seus seios, entendi o recado. Em pouco tempo eu já não estava mais atrás da Luiza sentindo seu corpo se contorcer ao toque da Thais, era eu quem abafava os gritos. A Thais parecia nunca se cansar, os olhos dela fixos e nos devorando mais rápido do que seus dedos. Estávamos em nosso mais alto frenesi, as três completamente tomadas pelo som dos nossos gemidos e gritos abafados. Nos amamos.

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