Sara abre a porta de casa, com um semblante calmo, mas triste
-Acho que vocês precisam conversar, vou lá dentro tomar um banho. - disse Thaís, enquanto levantava do sofá e ia em direção ao quarto
-oi, você ainda tá brava?
-Não, Lu. Chateada só
-Me desculpa?
-Claro, você sabe que não gosto quando a gente briga. Mas poxa..
-Eu sei, eu sei. Eu não quis bater à porta daquele jeito.
-Não é só bater a porta, é se fechar como tem feito nas últimas semanas Luiza.
-Eu só não quero despejar mais problemas em você.
-Luiza, a gente é casada. Quando vai entender isso? Eu não sou uma pessoa que tem a escolha de não partilhar dos seus problemas, das suas dores. Tudo que acontece com você me afeta, nos afeta. Afeta nossa família.
-Você tá certa, desculpa.
-Thais já sabe?
-Do que?
-Luiza, você não caiu de bicicleta porque estava simplesmente distraída. Você estava dopada e sua pressão caiu. Eu falei com a Pamela.
-Essa não guarda mesmo a língua na boca, como pode.
-Ela é nossa amiga, e madrinha do nosso filho. O mínimo que ela tem que fazer é zelar pelo nosso bem estar, Luiza.
-tanto faz.
-Você vai ficar assim agora? Resolvendo as coisas com remédios?
-não, Sara.
-E vamos esconder isso da Thais até quando?
-Não vai precisar, eu joguei fora.
-Como se não fosse simples conseguir mais. Não sou idiota.
-Tá, Sara! Mas eu não quero mais, eu podia ter sofrido um acidente grave hoje.
-Que bom que você tenha essa consciência.
-Vou dormir.
-Luiza, para. Você precisa aprender a escutar sem ficar três dias de cara virada pra mim depois.
-Você também não é um doce quando resolve me apontar.
-Lu, não é como se você tivesse cometido um deslize simples. Isso é coisa séria.
-Tudo bem, Sara! Acabamos?
-não, não com você desse jeito.
-O que você quer, que eu sorria pra você depois de você jogar na minha cara o quanto eu fui irresponsável?
- Não Luiza, eu quero que você converse comigo, que você se apoie em mim, que confie que a droga da sua esposa vai ser uma solução melhor do que uma cartela de remédios.
Que droga, será que eu sou tão ruim assim? Eu tenho duas esposas que optam por tudo, menos se abrir e confiar em mim. Que grande esposa de merda eu sou.
-Não fala isso, Sara! A gente confia e precisa de você
-não é o que parece. As vezes eu acho que a vida de vocês estaria bem melhor sem mim.
-Não repete isso nunca mais Sara!
Sara chorava sem parar, enquanto olhava fixo para Luiza que também chorava.
-O que está acontecendo aqui?
-Sara acha que a nossa vida seria melhor sem ela.
-De onde você tira essas coisas, Sara! Pelo amor de Deus!
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Limão Siciliano
ChickLitSara se apaixona pela nova vizinha, mas tem sua vida virada de cabeça para baixo quando descobre que sua melhor amiga escondia um grande segredo. Uma história que envolve descobertas, reencontros, amor, e relações mal resolvidas.