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Duas... Três... Até que eles atendessem e eu respirei fundo ao ouvir a voz com o bordão tão conhecido.

"- Centro de valorização a vida, como vai você hoje?

- Porque deixaram ela morrer?

- Perdão?

- Vocês deixaram ela morrer.

- Por favor, isso não é um tipo de brincadeira que se faça, temos milhares de pessoas a espera.

- Ela era tão... feliz, eu amava tanto o seu sorriso. - Senti o soluço entalar na garganta e respirei fundo tentando controlar a explosão de sentimentos ruins que estavam comigo naquele momento.

- Ok, mais uma vez, peço que se isso for uma brincadeira desligue.

- DISSERAM ISSO, ENQUANTO ELA SUFOCAVA DE DOR NO CHÃO DO NOSSO BANHEIRO.

- Senhora, peço que se acalme ok?

- Me acalmar? A minha esposa morreu, como eu vou me acalmar com isso?

- Eu sinto muito pela sua esposa senhora, eu não sei o que aconteceu mas nós sentimos muito.

- Sentem porra nenhuma, nenhum de vocês sofreu o que eu sofri."

Encerrei a chamada e tentei respirar, estava começando a ficar difícil e eu tinha que mostrar para alicia que estava tudo bem.

Entrei no banheiro e suspirei ligando o chuveiro, decidi tomar banho de roupa e tudo, não estava com cabeça p tentar tirar.

(...)

Fiquei alguns minutos ali embaixo, sentindo a água cair pelo pano e encostar na minha pele.

Desliguei o chuveiro e peguei uma toalha, me olhei no espelho e suspirei, eu acho que eu estava precisando pintar o meu cabelo.

Fazia mais ou menos uns 2 anos que eu estava com ele pintado de azul.

Tirei minhas roupas deixando ela em um canto para que eu pudesse colocar para lavar depois e sai do banheiro enrolada na toalha.

- Oi filha. - Deixei um beijo na testa de Alicia que sorriu gentilmente.

- Mãe, posso ir dormir na casa da Karla hoje?

Franzi o cenho e me virei para ela.

- Pra que?

- Pra dormir né mãe.

Revirei os olhos e peguei algo pra vestir, hoje era dia de academia.

- Eu vou pra academia, quando eu chegar a gente resolve isso tá?

Ela concordou e pegou o celular começando a digitar algo nele.

Revirei os olhos e suspirei, Alicia tinha 16 anos, e sempre teve amizade com essa tal de Karla, não confiava muito nela mas também não podia proibir ela de falar c a menina.

- Filha, eu tô saindo, tem pizza na geladeira, quando eu chegar eu vou preparar algo mais saudável pra gente comer tá? - Ela concordou e eu deixei um beijo na testa dela saindo logo depois.

(...)

Senti meu celular vibrar e franzi o cenho ao ver um número desconhecido, conectei no coisa do carro que eu esqueci o nome e atendi.

"- Alô? Se isso for trote já vou logo avisando que vou rastrear você e te matar aos poucos. - Falei e a pessoa do outro lado riu.

- Eu acho que isso não é algo bom para se falar a alguém.

𝙰 𝚌𝚊𝚕𝚕 - 𝙱.𝙴 𝚏𝚊𝚗𝚏𝚒𝚌𝚝𝚒𝚘𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora