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- O QUE? - Acabei gritando sem querer e a garota riu algo.

- É, mas um dia a gente conversa sobre isso.

- Se você estiver brincando comigo eu vou te bater.

- Eu te mandei um jantar e um monte de chocolate, você acha mesmo que eu tô brincando com você?

- Vai saber, não te conheço. - Dei de ombros e percebi ela revirar os olhos.

- Vai, come logo, eu tô com fome.

- Mas você pode comer. - Ela negou e eu ri.

- Tô esperando você comer primeiro.

Revirei os olhos e ela riu.

- Ei, Eilish.

- Oi?

- Você realmente é muito diferente do que eu imaginei.

- É? E como você me imaginou?

- Uma velha de 73 anos que mentia o nome. - Ela deu de ombros e eu ri alto.

- Me magoa um pouco você pensar isso de mim.

- É sério, o que mais eu poderia esperar de alguém que se chama pirate?

- Porque você não vai se foder? - A garota riu alto e eu revirei os olhos.

- Mas e aí, gostou?

- Odiei, não gosto disso

- Para de coisa, tô vendo você quase devorando a embalagem junto.

- Tá vendo nada não. - Ficamos em silêncio alguns segundos até que eu decidi falar alguma coisa. - Então, me fala um pouco mais sobre você.

- Olha, devo dizer realmente que isso é um avanço e tanto.

- O que?

- Você querendo saber sobre minha pessoa.

- Se acostuma muito nao, é só para saber quem eu devo matar. - Fiz careta e ela riu alto.

- Essa cara aí não me convenceu muito que você é mal.

- Poxa, para de reclamar do meu disfarce.

- Tá, deixe-me ver... - Ela colocou a mão no queixo fingindo pensar e eu ri. - Na real, eu acho que não tem tanta coisa para contar sobre mim. - Ela deu de ombros.

- Tudo bem, conta o pouco que tem então.

- Eu me chamo Luiza Garcia, como eu te falei, pode me chamar de Lis ou de qualquer outro apelido que quiser, meus pais são do Brasil e eu também só que vim para cá quando eu tinha uns 20 anos. - Dei de ombros.

- Em que lugar do Brasil você mora?

- Eu moro no rio de janeiro.

- Ah.. - Me permiti falar apenas isso e ela riu.

- Eilish, tenta falar rio de janeiro por favor.

- O que? Não.

- Por favoooor.

- Não. A mesma coisa de você falar que quer me ouvir dizer o seu sobrenome, não terá isso.

- Nossa, como você é chata. - Ela disse e eu ri revirando os olhos.

- Não sou chata, você que pede coisas difíceis.

- Para, isso não é difícil.

- Claro que não, você é Brasileira.

𝙰 𝚌𝚊𝚕𝚕 - 𝙱.𝙴 𝚏𝚊𝚗𝚏𝚒𝚌𝚝𝚒𝚘𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora