23.2

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Eu olhava para a garota me sentindo nervosa, eu queria ouvir sua resposta o mais rápido possível.

– Billie... Eu...

– Olha, eu sei que pode ser cedo demais ou talvez até tarde demais. Mas eu queria oficializar de uma vez por todas depois do que aconteceu que não importa o que aconteça eu quero você mais que tudo e...

– Billie... - Sua mão encostou na minha e eu suspirei.

– E eu quero que você entenda que se você não quiser me namorar, tá tudo bem, sério, tá tudo bem mesmo...

– Billie.

– Mas eu só gostaria que você realmente pensasse nisso porque...

– BILLIE!

A olhei assustada e ela riu colocando suas mãos em cada lado das minhas bochechas.

– É óbvio que eu aceito namorar com você, princesa. Eu não estaria nem louca de recusar isso.

– Ah... É mesmo?

– É mesmo.

Peguei a aliança com a mão tremendo e a coloquei em seu dedo sorrindo em seguida. Respirei fundo e a puxei para um beijo rápido.

– Eu nem acredito que isso deu certo. Porra, eu estava mais nervosa que não sei o que.

A risada que chegou nos meus ouvidos me arrancou um sorriso sincero. Logo estávamos as duas rindo juntas, e eu olhava pra ela confusa.

– Por que estamos rindo?

Ela sobe as mãos, agora com o anel até o meu pescoço, e apoio as minhas em sua cintura, automaticamente colocando meu rosto próximo ao seu pescoço e inspirando seu perfume.

– Você é muito idiota se achou que eu fosse dizer não, amor.

– COMO EU IA SABER?

Ela se afasta um pouco e me mostra uma cara que faz eu me calar imediatamente.

– Tá bem, eu fui idiota.

Ela sorri de novo, e eu suspiro com seus olhos, que brilham pra mim e me mostram mais amor do que eu senti a vida toda.

– Eu te amo, linda.

– Amo você- sussurro em seu ouvido, e começo a balançar com ela no meio do restaurante. A música que toca de fundo é alguma coisa suave e ambiente, e embala meus movimentos.

Respiro fundo e olho pra ela antes de dizer o que venho pensando há muito tempo.

– Não era pra eu estar aqui com você. - Ela me olha assustada, e tenta tirar sua mão da minha, mas eu seguro firme. - Quando minha esposa se matou, eu senti tudo morrer dentro de mim. Nada tinha cor ou graça, exceto Alice, que foi o que me sobrou dela.

Luiza me observa com atenção e medo das minhas palavras.

– Mas essa parte, essa coisa no meu peito tinha virado pó, sumiu... até você chegar. Insistente, irritante no começo, e me mostrar que eu ainda podia me entregar e viver com outro alguém.

Ela pousa a mão no meu rosto, os olhos cheios de água.

– Ah, meu amor...

– Quero que saiba que eu sou sua. Por inteiro. Posso ter pertencido à outra mulher, mas essa era uma eu que já se foi. Essa Billie que está dançando com você, essa é só sua e de mais ninguém.

Beijo a mão apoiada na minha bochecha e depois envolvo seus lábios com os meus.

Sou dela. Só dela.

𝙰 𝚌𝚊𝚕𝚕 - 𝙱.𝙴 𝚏𝚊𝚗𝚏𝚒𝚌𝚝𝚒𝚘𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora