6- Como da Primeira Vez

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Eu, João, um banheiro apertado e sentimentos confusos... o que pode dar errado? Quando vi ele sair correndo daquele jeito, só fui atrás dele, e agora aqui, só nós dois, e vendo ele chorar de cabeça baixa, passou pela minha cabeça que ele deve ter ficado com ciúmes, não tem outra.

– O que deu em você? — Perguntei encostado na porta do reservado onde estávamos.

– Nada Mike, só estava apertado. Agora abre essa porta.

– Não vou abrir até me dizer a verdade. Sei bem quando você está mentindo.

– Nós mal nos falamos e você está me tratando como se me conhecesse a anos.

– Fala logo! — Em um gesto totalmente impulsivo, eu gritei, e joguei ele contra a porta, imobilizando seus movimentos entre ela e meu corpo, esperando por alguns segundos até ouvir a sua resposta.

– Você... você está me deixando confuso. — Ele me respondeu como um sussurro, como se faltasse ar em seus pulmões.

– Como? O que eu fiz pra te deixar assim?

– Dá licença, eu não quero falar com você. — Ele enxugou as lágrimas do rosto e ergueu a cabeça.

De repente, nossos olhares simplesmente se encontraram e como dá primeira vez, João tomou a iniciativa do que pensei que não viria acontecer tão cedo novamente.

Seus lábios se encostaram aos meus, e a saudade que eu senti desse gesto por esses três longos anos, me fez agir com certa pressa. Minhas mãos se seguraram em seu rosto, e quando sua língua pediu passagem, eu abri a boca permitindo que ela entrasse e viesse de encontro com a minha.

Senti as mãos dele tocarem gentilmente os meus ombros. Movido pelo amor, saudade e mais tantos outros sentimentos e emoções, desci as minhas mãos para a cintura dele e puxei o seu corpo para mais perto do meu. O beijo apressado logo foi parar no pescoço de João, onde eu mordi, e me deletei em sua pele e em seus gemidos contidos. Não sei ele, mas um incêndio começou no meu corpo, e pirou quando ele abriu minha camisa e deslizou as mãos para dentro, apertando e arranhando por onde passava.

João não tem ideia do quanto sonhei com essa cena, do quanto esperei para que isso pudesse vir a acontecer novamente, e eu apenas me deixei levar, me deixei sentir e me permiti fazer o que meu corpo clama, e sofre por não ter. Não levei em conta todas as consequências que isso poderia trazer, mas que se dane todas elas, ele está de volta em meus braços e agora é só o que importa.

Voltei a beijá-lo, com sede, fome, uma vontade absurda de fazer com que ele fosse meu, de tomar seu corpo como a muito tempo anseio e perturba meus sonhos. João não parecia ser diferente de mim, se agarrou no cabelo da minha nuca e mordeu meus lábios, como se estivesse carente por isso tanto quanto eu, que me desesperei, sedento por mais. Enfiei minhas mãos dentro da camisa dele, e apertei as suas costas o grudando ainda mais em meu corpo, como se pudesse fundi-lo ao meu a qualquer momento.

– Para! — Essa simples palavra foi uma decepção completa e apesar de querer continuar, eu respeitei a vontade dele, e para não correr o risco de voltar e fazer coisas pela qual eu vou me arrepender pela manhã, saí do banheiro às pressas, deixando ele lá.

Quando cheguei de volta a mesa, Derick e Carter estavam prestes a fazer o que eu e o João estávamos fazendo, e Nena, desmaiada dormindo com a cabeça escorada entre as bebidas. Pedi desculpas por Interromper e me sentei, sacudindo a minha camisa para tentar me refrescar, meu corpo ainda ardia em chamas e eu tenho a certeza absoluta que estou vermelho como um pimentão, porém não tive tempo de me tranquilizar. João apareceu repentinamente e virou a garrafa de tequila na boca, bebendo um gole atrás do outro como água, tentei impedir que ele bebesse tudo, mas ele conseguiu beber uma boa parte, o que foi o estopim para irmos embora.

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