XII | Amizade em dias complicados

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Na manhã seguinte, Harry e Draco entraram no salão principal recebendo olhares irritados de quase toda a mesa da Sonserina. E não por menos, afinal, Filch os levou direto para o professor Snape, que, mesmo tirando pontos da própria casa a contragosto, retirou cinquenta pontos de cada um deles.

Junto com os pontos perdidos por Daphne, a ampulheta da Sonserina amanheceu com cento e vinte pontos a menos, em último lugar no campeonato de casas. Se comparado ao que Draco e Harry tinham perdido juntos, a perda de Daphne não era nada. E, nem de longe, os alunos olhavam feio para ela como faziam com os dois meninos.

Pansy xingava todos que falavam qualquer coisa sobre os amigos e ela escutasse. Os colegas de dormitório deles também não estavam bravos e Karina, do time de quadribol, também não parecia se importar.

— Sabem, eu também já perdi muitos pontos para a Sonserina — Karina lhes disse quando passou por eles — Uma vez, fiquei louca de raiva em um jogo de Quadribol e me tiraram cinquenta pontos. Logo, logo eles esquecem de vocês do mesmo jeito que foi comigo.

— Como foi que você perdeu os pontos? — Harry perguntou, curioso.

— Chutei o Snape.

Por onde passavam, os meninos recebiam olhares feios, dedos apontados para eles e cochichos. Não ficavam mais no salão comunal, que de repente era desconfortável e frio. Ninguém falava com eles, não dá sonserina.

Foi depois de uma tortuosa semana de olhares tortos, que Harry e Draco receberam um bilhete durante o café da manhã.

Sua detenção começará às vinte e três horas.
Aguardem o Sr. Filch no saguão de entrada.
Prof. Snape

Pansy, adormecera na sala comunal às escuras, esperando os amigos voltarem naquela noite. Gritou alguma coisa sobre usar um vestido laranja berrante, quando Harry sacudiu-a para acordá-la. Em
questão de segundos, porém, seus olhos se arregalaram quando Harry e Draco apareceram e começaram a contar a ela  o que acontecera durante a detenção.

Harry nem conseguia sentar. Andava para cima e para baixo na frente da lareira.
Continuava a tremer. Depois que Draco explicou que se embrenharam com Hagrid na floresta proibida em busca de um unicórnio ferido, Harry contou sobre a figura encapuzada que andou matando e bebendo sangue de unicórnios e sobre a ajuda que recebeu de um centauro chamado Firenze, isso quando sua cicatriz explodiu em dor ao ponto de que ele não conseguiu nem mesmo andar.

— Quirrell quer a pedra para Voldemort... e Voldemort está esperando na floresta... e todo esse tempo pensamos que Quirrell só queria ficar rico.

— Pare de repetir esse nome! — disse Pansy num sussurro de terror, como se Voldemort pudesse ouvi-los.

— Firenze me salvou, mas não devia ter feito isso... Agouro ficou furioso... falou de
interferência naquilo que os planetas anunciaram que ia acontecer. Eles devem estar indicando que Voldemort vai voltar... Agouro acha que Firenze devia ter deixado Voldemort me matar… Imagino que isso também esteja escrito nas estrelas.

— Quer parar de dizer esse nome? – sibilou Pansy.

— Portanto só preciso esperar que Quirrell roube a pedra – continuou Harry, febril –, então Voldemort vai poder voltar e acabar comigo... Bem, quem sabe Agouro vai ficar feliz.

O céu havia clareado antes de terminarem de conversar. Foram se deitar exaustos, com as gargantas ardendo. Mas as surpresas da noite não tinham terminado.
Quando Harry puxou os lençóis da cama, encontrou a capa da invisibilidade cuidadosamente dobrada sobre o forro. Tinha um bilhete espetado nela:

HP 1| O Conto de Zahir (DRARRY!)Onde histórias criam vida. Descubra agora