V | A aula de voo

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Antes de bater na porta, Harry soltou Serpens no chão para que ela pudesse perambular por aí, contanto que voltasse para o dormitório dele mais tarde. Após isso, o menino bateu à porta, Draco e Hermione ao seu lado, eles ouviram uma correria frenética e latidos ferozes. Depois, a voz de Hagrid se sobrepôs, dizendo:

– Para trás, Canino. Atrás.

A cara barbuda de Hagrid apareceu na fresta quando a porta se abriu.

– Espere aí. Para trás, Canino.

Ele os fez entrar, lutando para segurar com firmeza a coleira de um enorme cão de caçar javalis. Havia apenas um aposento na casa. Presuntos e faisões pendiam do teto, uma chaleira de cobre fervia ao fogão e a um canto havia uma cama maciça coberta com uma colcha de retalhos.

– Harry, Harry Potter? — Hagrid não pode evitar a pergunta quando viu o menino que sobreviveu vindo a sua casa tão normalmente em uma tarde qualquer.

— Sim. Minha mãe adotiva, Elise Potter, me contou que vocês eram muito amigos quando ela estudava. Quis vir visitar o senhor.

— Ah, sim. Elise e seus amigos passaram muitas tardes comigo, um grupinho e tanto, eles. Ainda sinto saudades… — Hagrid subitamente pareceu muito triste com a memória — E não me chame de senhor, Harry. Não precisa disto tudo.

— Certo, Hagrid — o menino concordou com um sorriso — Estes são Draco e Hermione, meus amigos.

— Estejam à vontade — falou Hagrid, soltando Canino, que pulou imediatamente para cima de Harry e começou a lamber-lhe as orelhas. Como Hagrid, parecia óbvio que Canino não era
tão feroz quanto se esperava — É um prazer conhecê-los, é claro. Sentem-se.

Hagrid puxou quatro cadeiras muito grandes e as três crianças se acomodaram.

— Eu trouxe umas coisas, Hagrid, para agradecer a hospitalidade. Meio que nós que aparecemos sem avisar, mas mesmo assim… — Hermione disse, puxando um grande pote de sua bolsa — São cupcakes recheados, de muitos sabores.

— Muito obrigado, Hermione! Um cházinho vai cair muito bem com os bolinhos — Hagrid disse com um sorriso, indo até um grande bule para preparar o chá — Mas, me diga, como conseguiu? Não são muitos os alunos que sabem como encontrar os melhores lanches fora de horário.

— É, como conseguiu? — Harry perguntou, curioso.

— A cozinha fica do lado da sala comunal da Lufa lufa — Hermione começou a explicar, ficando vermelha — Fiz uma atividade para uma lufana e ela pegou para mim, em troca.

— Não precisa fazer as coisas para os outros, Mione — Draco comentou de seu jeitinho não intencionalmente indelicado.

— Mas foi para vocês…

— Não estou te criticando, não é isso! — Draco disse depressa. A amiga, ele tinha percebido, era muito insegura com essas questões e fazia de tudo para agradar os outros e conquistar amizades. Mas talvez isso a acabe magoando um dia — Eu só quis dizer que não precisa fazer tanta coisa para agradar as outras pessoas. Eu e Harry já gostamos muito de você e pode ser você mesma conosco.

— Ifo é verfafe — Harry tentou dizer, mas tinha a boca cheia de um cupcake de mirtilos. Suas ações por si só já diziam o quanto tinha gostado da surpresa da amiga.

Hermione riu, agradecendo os dois.

— Foi muito gentil de sua parte, Hermione — Hagrid completou, ainda preparando o chá.

Quando o chá ficou pronto, Hagrid se sentou com os garotos. Os quatro aproveitaram os bolinhos doces e as crianças contaram como tinha sido a primeira semana deles em Hogwarts.

HP 1| O Conto de Zahir (DRARRY!)Onde histórias criam vida. Descubra agora