VIII | O primeiro Natal

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O Natal se aproximava. Certa manhã em meados de dezembro, Hogwarts acordou coberta com mais de um metro de neve. O lago congelou e os gêmeos Weasley receberam castigo por terem enfeitiçado várias bolas de neve fazendo-as seguir Quirrell aonde ele ia e quicarem na parte de trás do seu turbante. As poucas corujas que conseguiam se orientar no céu
tempestuoso para entregar correspondência tinham de ser tratadas por Hagrid para recuperar a saúde antes de voltarem a voar.

Todos mal aguentavam esperar as férias de Natal. E embora a sala comunal da Sonserina e o Salão Principal tivessem grandes fogos nas lareiras, os corredores varridos por correntes de ar tinham se tornado gélidos e um vento cortante sacudia as janelas das salas de aulas. As
piores eram as aulas do Prof. Snape, por que aconteciam nas masmorras, onde a respiração dos alunos virava uma névoa diante deles e eles procuravam ficar o mais próximo possível dos seus caldeirões. As crianças e adolescentes andavam por aí com grossas camadas de casacos por baixo do uniforme, muito bem enrolados em cachecóis e com toucas e meias grossas nos pés.

– Tenho tanta pena – disse Daphne Greengrass na aula de Poções – dessas pessoas que têm que passar o Natal em Hogwarts porque a família não as quer em casa.

Ao seu lado, Harry sentiu quando o corpo de Draco tencionou de raiva, e então o moreno apertou a mão dele para que se acalmasse.

Era verdade que, contrariando o clima festivo que se aproximava, Draco andava muito aborrecido ultimamente. Quando Harry perguntou o porquê, certo dia em seu dormitório, Draco acabou chorando ao contar que a família dele iria em um evento importante no natal e não o queriam por perto.

Na última semana, o professor Snape passou uma lista para que os alunos que iriam ficar na escola no natal assinassem. Harry não hesitou, já que Elise passaria uma temporada na América, em especial no Brasil, e ele não poderia ir para casa. Mas percebeu como Draco pareceu envergonhado e inseguro ao assinar a lista.

Harry e Draco também eram os únicos de seu grupo que ficariam na escola durante o feriado. Rony iria com os pais para a Romênia visitar o irmão, Carlinhos, que trabalha com dragões, Pansy passaria o feriado na França e Hermione com os pais.

Ultimamente, as crianças andavam passando muito tempo na biblioteca, tentando entender quem era Nicolau Flamel, mas não tiveram sucesso algum. Hermione tinha recomendado que eles continuassem procurando durante o feriado, mas é claro que essa é a última coisa que os dois meninos pensaram enquanto o natal se aproximava.

Uma vez começadas as férias, Draco e Harry estavam se divertindo à beça para se lembrar de Flamel. Tinham o dormitório só para eles e a sala comunal estava muito mais vazia do que o normal, por isso podiam usar as poltronas confortáveis ao pé da lareira. Sentavam-se a toda
hora para comer tudo que pudessem espetar em um garfo de assar – pãezinhos recheados, bolinhos e marshmallows.

Draco também tinha começado a ensinar Harry a jogar xadrez bruxo. O loiro tinha um tabuleiro muito elegante, e suas pessoas o conheciam muito bem, enquanto as de Harry não paravam de contestar suas decisões e deixá-lo confuso. Acabou que Draco era muito melhor que ele e o derrotava todas as vezes.

Na noite da véspera de natal, Harry e Draco juntaram os travesseiros e cobertores em uma cama só e conseguiram trazer uma térmica de chocolate quente do jantar para o dormitório.

Eles passaram muito tempo rindo e conversando sobre todo o tipo de coisa enquanto bebiam muito chocolate.

— Harry, posso desenhar na sua cicatriz? — Draco perguntou em certo momento da noite. Potter tentou erguer uma sobrancelha em resposta e, como sempre, não deu certo — É que o raio parece um raminho. Quero desenhar flores.

HP 1| O Conto de Zahir (DRARRY!)Onde histórias criam vida. Descubra agora