X | Nicolau Flamel

254 24 28
                                    

Durante o resto das férias de Natal, Harry não pensou mais em tentar voltar a ver o espelho de Ojesed, e sua capa da invisibilidade permaneceu guardada por muito tempo. Não depois do espelho ter feito Draco chorar, um motivo muito maior que o aviso dado por Dumbledore.

Draco estava tentando esquecer o que tinha visto, e Harry não o pressionou quando Draco não pareceu disposto a contar o que tinha visto. Sim, ainda doía um pouquinho lembrar que o maior desejo de seu próprio coração era ser amado pelos próprios pais, algo que nenhuma criança deveria precisar sentir, mas Draco estava indo bem.

Os últimos dias de férias foram bem aproveitados pelos meninos, que gastaram o tempo deles entre ler os livros que ganharam de presente no natal, jogar xadrez e brincar na neve e fazer visitas regulares à Hagrid durante a tarde. Era divertido estar com Rúbeo, que contava histórias sobre as criaturas mágicas que ele criava e em como o seu sonho um dia era ter um dragão. Ele também lhes oferecia chá e biscoitos, os meninos sempre bebiam uma boa xícara de chá doce, mas negavam os biscoitos. Era como uma lei de sobrevivência, chá sim, nunca o biscoito.

Os amigos deles voltaram todos um dia antes das aulas iniciarem, animados e ansiosos para contar histórias sobre como passaram o feriado. O quinteto se juntou em um canto no pátio, e falaram dos presentes que receberam, os lugares que foram e as aventuras que tiveram. Embora Hermione quase tenha tido um ataque ao descobrir que Harry e Draco perambularam pelo castelo a noite, e em horário proibido, escandalizada com a ideia de quebrar as regras daquela forma, foi um dia muito bem aproveitado.

Durante a noite, no dormitório, que Blaise veio com um papo muito esquisito. Ele tinha ido visitar o avô na América, e voltou completamente viciado em um jogo de cartas dos trouxas chamado de “Canastra”. E ele estava, ainda mais, completamente determinado a obrigar que os colegas de dormitório aprendessem e jogassem com ele. E foi o que aconteceu.

Ele passou um tempão explicando exatamente o que podia ou não ser feito, os objetivos enquanto jogavam e como os pontos eram calculados.

— Eu não entendo — Draco resmungou, enquanto Blaise dava as cartas para eles, muito animado — Qual a graça desse jogo, se nenhuma carta explode?

Os quatro meninos estavam sentados no meio do dormitório em cima de almofadas, posicionados para jogar em duplas. Obviamente, Draco e Harry eram uma dupla, enquanto Blaise e Theo tinham ficado juntos em outra.

— Espere só, a magia está no caos que vai nascer já, já. Principalmente se você — e Blaise apontou um dedo muito acusatório para Draco — … começar a perder, já que é dramático e vai ter um chilique.

— Eu não sou dramático! — disse Draco, fazendo uma cara dramática. Harry abafou uma risadinha enquanto analisava suas cartas.

O tempo de jogo foi passando e eles realmente estavam muito focados naquilo, como se fosse algo muito sério. Tinham ficado de verdade, completa e realmente imersos naquele jogo trouxa. Draco pensou em como seu pai poderia ter um ataque e cair duro no chão ao ver o filho se divertindo tanto com algo feito pelos trouxas. Isso, é claro, só serviu para Draco querer jogar ainda mais.

Harry parecia quase ameaçador, espiando por cima do seu conjunto de cartas nas mãos como se estivesse prestes a fazer alguma atrocidade. Sua postura poderia parecer ainda mais assustadora, já que Serpens deslizava preguiçosamente pelos ombros de Harry, como se fosse um grande cachecol vivo. Até poderia dar medo, mas os meninos sabiam que a cobra era um animal muito amável. Menos Theo. Theo ainda tinha certeza que, qualquer dia, a cobra o mataria de forma muito dramática.

Nott engoliu em seco com o olhar mortífero que recebeu de Harry quando ele abriu um jogo com uma carta que, aparentemente, a dupla de Harry estava muito precisando.

HP 1| O Conto de Zahir (DRARRY!)Onde histórias criam vida. Descubra agora