Harry já estava há três dias na ala hospitalar.
Cada história sobre o que aconteceu entre ele e o professor de defesa contra as artes das trevas era, de certa forma, mirabolante e excepcionalmente absurda. A história original, porém, tampouco ficava atrás dos boatos.
Quirrell era, literalmente, um duas caras. Com Voldemort parasitando seu corpo, como se fosse um verme intrincado na pele, o homem de turbante estava em busca de reerguer o seu mestre, utilizando a pedra filosofal para isso, seguindo cegamente suas ordens como um cãozinho obediente. Voldemort, porém, abandonou Quirrell assim que a morte iminente o alcançou, sua alma se desprendendo do corpo e vagando perdida e, no momento, sem esperança.
O mais assustador de tudo, afinal, não foi o embate entre Harry e Voldemort. Ah, não! Assustador mesmo foi quando Elise Potter irrompeu as portas do salão principal, jorrando xingamentos e ameaças cheias de raiva ao diretor- algo nada característico da doce mulher que nunca aumentava o tom de voz, quase o verdadeiro estereótipo vivo de uma lufana -. Nunca antes Elise esteve tão irritada na vida. Não com o filho, que embarcou em uma missão quase suicida, mas sim com Dumbledore, que não fez o mínimo para impedir tal situação.
Demorou muito para que a ruiva se acalmasse, a ponto de madame Pomfrey ter que lhe preparar uma poção calmante. Três dias depois, Elise ainda ficava deitada ao lado do filho na ala hospitalar, quieta e implorando que seu menino acordasse logo.
Os amigos de Harry estavam morrendo de preocupação. Draco, principalmente. O loiro ficava na ala hospitalar até ser enxotado à força por madame Pomfrey.
Em todo momento, apertava o pingente do colar que dividia com Harry. O azul que tinha tomado a pedra, representando a serenidade do sono, estava acinzentado. Draco não gostava de saber o que significava, mas sabia. Quanto mais acinzentada a cor, menos vida era detectada pela magia do pingente.
— Vamos, Draco, como um pouco — Hermione insistiu mais uma vez. Como nos velhos tempos, estava assentada na mesa da Sonserina. A essa altura, nenhum dos alunos da casa das serpentes estranhava a presença da menina. Novidade mesmo era Ron, que também estava com eles.
Draco remexia seus ovos mexidos com o garfo, o olhar perdido em preocupação.
— Você precisa comer, cara — Rony incentivou, dando um empurrãozinho leve no ombro do amigo — Logo o Harry vai melhorar.
O loiro abaixou o olhar e, no mesmo instante, levantou em um pulo.
— Draco? — Pansy perguntou, tinha se assustado com o movimento repentino.
Draco saiu correndo do salão sem dar explicação alguma aos amigos, que prontamente foram atrás dele.
A pedrinha de seu pingente estava brilhante outra vez.
O problema foi que, rigorosa como era, madame Pomfrey barrou as cinco crianças na porta da enfermaria.
— Harry está acordado, sei que está! — Draco exclamou, nervoso — Queremos vê-lo.
— O senhor Potter precisa de muito descanso no momento.
— Pergunte a ele! — Pansy sugeriu — Aposto que vai querer nos ver.
— Por favor, madame Pomfrey! Ele é nosso amigo — Hermione suplicou com a voz adocicada.
Na mesma hora, Elise saiu da sala e deu de cara com as quatro crianças. A ruiva tinha os cabelos presos em um grande rabo de cavalo, e parecia muito cansada.
— Ficaram sabendo que Harry acordou? — a Potter mais velha questionou, olhando para os rostinhos nervosos e apreensivos das crianças — Como?
Draco apontou para o próprio colar.
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HP 1| O Conto de Zahir (DRARRY!)
FanfictionEssa não é uma história em que Harry Potter foi criado por uma desagradável família de trouxas. Não, aqui você não encontrará isso! Elise Potter, naquela fatídica noite em que tudo ruiu, encontrou seu pontinho de luz em meio às trevas. O pequeno men...