II | O Beco Diagonal

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Harry Potter já não dorme mais numa gaveta de cômoda há muito tempo. Seria surpresa se, na verdade, o menino ainda coubesse em uma.

Já se fazem dez anos desde que ele recebeu sua cicatriz e ficou conhecido pelo mundo como o menino que sobreviveu. Ele não gosta de ter fama por algo que ele não faz ideia de como aconteceu, muito menos quando essa fama custou a vida de seus pais. Ser o Harry, só Harry, um garoto com uma vida tranquila em uma casinha à beira mar é tudo que ele realmente precisa.

Ah, e sim, ele agora é um menino crescido!

Harry tem seu próprio quarto, que é muito azul e tem uma estante de livros pessoal com as melhores histórias trouxas! Já tem tamanho o suficiente para escolher as próprias roupas e fazer café da manhã para Elise dois dias por semana. Quando tem sorte, ele recebe permissão para ir comprar doces no povoado sozinho! É claro, apenas se prometer não chamar nenhum pouco de atenção.

O fato é que Harry já é um menino grande, e hoje completa onze anos! Elise, certa vez, contou que é nessa idade que as crianças começam a aprender bruxaria e vão para Hogwarts. Então Harry não poderia estar mais animado quando acordou, calçando suas pantufas do avesso e descendo as escadas pelo corrimão. Ele pousou firme no andar de baixo e só então percebeu que tinha algo de errado com as suas pantufas. Harry tirou-as e colocou corretamente nos pés, e foi tempo suficiente para que pudesse sentir o delicioso aroma de panquecas com baunilha e de café vindo da cozinha.

- Bom dia! - o menino cumprimentou, recebendo um abraço muito forte e carinhoso da Potter mais velha.

- Feliz aniversário, meu amor! - a ruiva afagou os cabelos indisciplinados do garotinho de pele morena, sorrindo ao ter seu abraço retribuído com tanto amor.

- Obrigada, mamãe! - A primeira vez que ele chamou Elise de mãe foi aos seis anos, depois de ler um livro dos trouxas que falava muito sobre família. Primeiro, ela se emocionou tanto que chorou, e o menino até pensou que tinha feito algo de errado, mas então Elise o abraçou em meio a uma bagunça de lágrimas e afirmou que ser chamada de mãe a tinha deixado muito feliz.

Desde então, os dois se viam oficialmente como mãe e filho, e a relação familiar era baseada em um carinho inexplicável.

- Quero que saiba que o seu presente só vai chegar mais tarde! - a ruiva riu da carinha emburrada que o filho fez enquanto se separavam do abraço.

Harry foi pegar xícaras para o café, enquanto Elise servia as panquecas.

- Isso é cruel - o menino resmungou.

- Para mim parece divertido - ela comentou, sentando-se à mesa de frente a Harry. Bem, a mesa era circular e pequena, mas o suficiente para aquela pequena família de dois.

Enquanto os dois comiam, uma coruja cinzenta invadiu velozmente a casa pela janela, deixando cair uma carta em frente a Harry. Por pouco a carta não aterrissou no seu prato. Ao ver o selo da carta, Harry soltou um gritinho excepcionalmente animado.

- Ela chegou, mãe, minha carta de Hogwarts chegou!

Harry, animado, abriu sua carta e a leu em voz alta.

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS

Diretor: Alvo Dumbledore
(Ordem de Merlim, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo,
Confederação Internacional de Bruxos

Prezado Sr. Potter,

Temos o prazer de informar que V. Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em 1° de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais
tardar.

HP 1| O Conto de Zahir (DRARRY!)Onde histórias criam vida. Descubra agora