IX | Loirinho veneno

224 33 19
                                    

Oi, amores, como vão?

Essa é uma atualização bem curtinha, desculpem! Mas, eu queria finalizar apenas a parte do Espelho de Ojesed  sem misturar outros acontecimentos futuros. Então, ficou mesmo meio pequeno, mas preferi fazer dessa forma mesmo.

Boa leitura ♥️



Harry foi dormir tarde e acordou muito cedo. Draco, grogue e esfregando os olhos, estranhou o pico de energia repentino do melhor amigo durante aquela manhã. Serpens, desdenhosa ao encarar um Harry agitadíssimo, deslizou para baixo de uma das camas sibilando raivosa que já não se podia mais dormir em paz.

Quando subiam até o salão principal, Harry não se aguentou e teve de contar sua pequena aventura da noite anterior. A biblioteca, o livro que gritara, a fuga de Filch e então o espelho.

— Vi os meus pais — Draco o olhou como se Harry fosse louco, erguendo sua sobrancelha de forma julgadora demais para um rostinho tão infantil — Em um espelho estranho. Ele me mostrou os meus pais e a você também.

Harry ocultou a parte em que suas versões no espelho pareciam muito apaixonadas.

— Parece magia das trevas — Draco respondeu — Esquisito.

— Não, aposto que não. Vou te levar lá de noite e você verá.

E foi o que fez. Entre um e outro protesto, Draco acabou cedendo e juntos os dois se foram pelos corredores. Com Draco coberto pela capa também, eles tiveram de andar muito mais devagar. Tentaram refazer o caminho de Harry ao sair da biblioteca, andando a esmo pelos corredores escuros durante quase uma hora inteira.

— Estou falando — disse Draco — Vamos esquecer tudo e voltar. Já te falei que é esquisito, não vale a pena.

— Não! — resmungou Harry — Sei que é em algum lugar por aqui.

Passaram pelo fantasma de uma bruxa alta que deslizava na direção oposta, mas não viram mais ninguém. Na hora em que Draco começou a reclamar que seus pés estavam dormentes de frio, Harry identificou a armadura.

— É aqui... logo aqui... é.

Eles empurraram a porta. Harry deixou cair a capa dos ombros e correu para o espelho. Lá estavam eles, sua família sorrindo e Draco apertando sua mão com carinho. As bochechas do verdadeiro Harry ficaram vermelhas ao se dar conta de que Draco veria aquilo. Isso, porém, não aconteceu.

— Não vejo nada — Draco disse com desdém.

— Venha mais perto, veja só!

Harry se afastou, deixando que Draco se aproximasse sozinho do gigante e bonito espelho. O menino congelou, encarando aquilo que aparecia no vidro. Não era a família de Harry, tampouco ele próprio apenas.

— Draco? — Harry perguntou ao ver a estranha reação do amigo — Que é que você vê?

Draco nada disse, ainda preso na imagem que o espelho estava mostrando. Ele via sua própria família, mas de um jeito tão diferente da realidade que achava estar louco. Seu pai lhe direcionava um sorriso, o primeiro sorriso que um dia já teria dado a ele e, entretanto, era um sorriso irreal. E sua mãe estava segurando ele no colo e o fazendo rir, como uma verdadeira mãe que ama e cuida. 

Tão diferentes de seus pais reais, aqueles frios e distantes que nunca o queriam por perto. Que por vezes se esqueciam que Draco era só um menino que desejava um pouquinho de amor e atenção. Não uma imagem projetada por eles para manter uma máscara para a sociedade bruxa.

Os pais do espelho o viam como Draco sempre sonhou em ser visto, um filho muito amado. Não um herdeiro que só serviria para manter a linhagem Malfoy um dia.

HP 1| O Conto de Zahir (DRARRY!)Onde histórias criam vida. Descubra agora