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— você podia ficar lá em casa comigo né? — peço quando ele me deixa sentada no banco do passageiro e vejo a Ana e seus pais atrás de mim.

— na verdade... — ele se apoia no teto do carro com os dois braços e fica me olhando dentro — ... eu tinha falado com os meus pais, pra eu te levar na nossa casa do sítio — eu sorrio — no caso a gente chegaria lá á noite e ficaria o dia juntos — ele percebe que eu gostei da ideia pelo meu sorriso e sorri também levantando as sobrancelhas — gostou?

— é por isso que eu te amo garoto — ele sorri mais ainda e se abaixa e com sua mão ele segura meu queixo, me puxando pra um selinho e logo bate a porta correndo pro outro lado.

— graças a Deus todos aqui namoram — Ana solta quando o Pedro entra — um solteiro provavelmente iria se matar depois de uma cena dessa — gargalham.

— viva o amor — a Rosy solta e o Pedri a olha e me olha novamente, levantando levemente a sobrancelha e ri.

(...)

O elevador se abre e de longe já consigo ver a minha porta, ela costumava ser preta e tava branca.

— não acredito! — me viro pra ele.

— eles me falaram que não tinha mais da preta, mas disse que você pode pintar pra não ficar diferente...

— EU AMEI — grito e ele coça a cabeça, sem entender e tento dar uns pulinhos mas não consigo e ele me segura percebendo que doeu — eu vou conseguir ter minha porta de friends — falo em êxtase e ele gargalha — eu não acredito nisso!!!

— eu não acredito nisso — repete e se abaixa me roubando um selinho.

— eu vou ter uma porta de friends!! — faço uma dancinha balançando meus braços e ele abre a porta me olhando e só consigo sorri empolgada.

Quando tento entrar, ela não me deixa passar e o olho confusa.

— eu vou te ajudar a pintar, tá?? — sorrio, o olhando com a cabeça baixa e faço que sim.

— eu tenho um namorado perfeito — eu falo toda fofinha e ele me olha sem graça e só então percebo que a gente não tinha tido nenhuma conversa sobre isso e não tenho noção de quando vamos ter e se devemos também.

Pedri tenta disfarçar e me puxa me beijando. Eu o agarro pelo pescoço e ele abre a porta e andamos assim colados um no outro. Escuto ele fechar a porta e nos separamos sorrindo.

— vou ajeitar uma mala... — saio de seus braços mas esqueço que não consigo correr.

— uma mala? a gente vai ficar um dia só — me viro pra ver ele falar e sorrio.

— você vai me ajudar ou não? — coloco a mão na cintura e mexo minhas sobrancelhas e ele roda os olhos vindo em minha direção e me abraçando.

(...)

Eu passei a viagem toda dormindo e acordando a cada 15 min e perguntando toda hora se já estávamos chegando, tipo uma criança chata.

— caralho pedro, até minha mãe anda mais rápido que você — eu cruzo meus braços —  se tivesse uma idosa de cadeira de rodas ao nosso lado, ela chegaria antes que a gente ainda — me olha como se eu fosse maluca e ri.

— deixa de reclamar vai — ele aperta minha coxa nua, eu tava com um vestidinho — já chegamos na verdade...

Ele dirige mais um pouco e consigo ver uma casa bem bonitinha, era tipo uma casa de filme sabe, toda branca, era "pequena" e tinha dois andares e três sacadas, imagino que seja uma em cada quarto, mas o que me impressiona é um lago relativamente grande que tinha na frente na casa, tinha também um píer de madeira e várias e várias árvores enormes em volta.

Tenerife - minha segunda casa Onde histórias criam vida. Descubra agora