Tenerife - minha segunda casa

7

Fico prendendo o choro e não sei o que fazer.

— vai falar com ela — Pedri sussurra no meu ouvido

— se eu sair agora vão perceber que tem alguma coisa.

— acho que já deu dessa brincadeira né? — ele da uma pausa — já tá ficando chato, podemos da uma pausa e jogar Eu nunca.

Me levanto e vou em direção ao quarto do Ethan.

E bato na porta.

— Laura, sou eu posso entrar? — ela não fala nada, mas sei que estão lá dentro — por favor, eu vou abrir.

Quando ia colocar a mão na tranca, sinto que a porta estava abrindo e dou de cara com Ethan.

— ela não quer falar com você — ele fala.

— por favor, eu só preciso me explicar, eu sei que eu fui falsa — falo um pouco alto pra ter certeza que ela também tá me escutando— mas eu ia te contar, eu te chamei pra conversar depois da brincadeira lembra? era sobre isso amiga.

— você teve o dia todo pra conversar comigo e não me chamou em nenhum momento — escuto ela falar e Ethan abre um pouco a porta pra eu entrar — quando?

— quando oque?

— quando aconteceu.

— ontem — fecho os olhos com força — a aconteceu ontem... tudo mesmo aconteceu ontem, mas a gente beijou na segunda — resolvo que não iria mentir mais pra ela, eu sei que se eu falasse que foi tudo ontem, ia ser mais fácil, mas se mentisse mais, ia só piorar.

— caralho Fernanda — ela fala em um tom mais alto e sinto meu olho cheio de lagrima, mas não deixo nenhuma cair — eu te conto tudo, eu te falei cada detalhe do que tava acontecendo com o Ethan, TUDO e você faz isso comigo.

— desculpa — deixo uma lágrima cair.

— sai daqui por favor — ela limpa o rosto por já estar chorando a tempos — eu te amo e se você continuar aqui, eu vou te xingar de tudo e capaz da gente acabar com a nosso amizade agora mesmo, então...por favor só sai.

Balanço a cabeça, me virando de costas e o Ethan olha pra mim com uma cara triste, saio pela porta e vejo o Pedri encostado na parede, escutando tudo. A porta se fecha atrás de mim e eu desmorono, tudo que eu tinha segurado pra não chorar, foi em vão quando o-vejo em minha frente. Ele me abraça tentando me reconfortar e fica alisando minhas costas até eu me acalmar mais.

— vamos pra sua casa — ele segura meu rosto com uma mão e tenta enxugar com a outra — amanhã você vai na casa dela e tenta falar com ela — me dar um selinho — ela vai te perdoar, eu prometo.

O Pedro inventa alguma desculpa pro Fernando e fala que vai me levar em casa e ver se tá tudo bem, mas volta pra dormir em casa.

Chegamos em casa, Pedro pergunta se eu quero assistir alguma coisa pra relaxar, e eu falo que queria assistir Barbie e as três mosqueteiras e ele ri.

— faz assim deita no sofá, eu vou pegar algumas cobertas pra gente, faço um chocolate quente e a gente assiste o filme juntos, pode ser?

— pode — falo e lhe dou alguns selinhos — obrigado por tudo.

Não demora muito pra que ele volte com todas as coisas, as cobertas, uma caixinha de lenços, duas canecas enormes de chocolate quente e alguns finis, que ele sabe que eu amo.

Ele se deita com as pernas estiradas e me coloca pra me deitar em seu peito, com minha cabeça apoiada em seu braço que tava sobre o meu ombro me abraçando.