Richard
Na manhã seguinte, ambos agimos como se não houvesse nada de diferente. A srta. Elliott me trouxe café e bagel, colocando-os cuidadosamente na mesa. Apresentou minha agenda, confirmando duas reuniões que eu tinha fora do escritório.
— Não voltarei esta tarde.
Ela pareceu confusa, verificando seu caderno.
— Você não tem nada marcado em sua agenda.
— Eu mesmo marquei o compromisso. Questão pessoal. Vou direto para meu compromisso das duas depois dele. Na verdade, não voltarei esta tarde. Tire a tarde de folga.
— O que disse?
Suspirei.
— Srta. Elliott, não entende inglês? Tire a tarde de folga.
— Mas...
Encarei-a.
— Tire a tarde de folga. — Baixei a voz. — Na minha casa às sete, ok?
— Ok — ela expirou.
— Se precisar de alguma coisa, relacionada ao trabalho, me mande mensagem. Do contrário, pode esperar.
Ela assentiu.
— Entendi.
Todos sabiam que os e-mails da Anderson Inc. eram monitorados. Para não arriscar, eu tinha meu próprio celular, e só um seleto grupo de pessoas tinha o número. Eu sabia que não havia motivo para perguntar à srta. Elliott se ela tinha um, já que o dinheiro parecia limitado. Planejava corrigir isso hoje, junto com minhas outras incumbências. Não queria arriscar que David monitorasse mensagens e ligações também.
— Pode ir — dispensei-a.
Ela hesitou antes de retirar um envelope de seu bloco de anotações grosso e colocá-lo na mesa.
Ela saiu sem dizer nada, fechando a porta. Dei uma mordida em meu bagel, então peguei o envelope e o abri, tirando os papéis dobrados. Era uma lista sobre ela. Coisas que ela pensou que eu deveria saber: datas pertinentes, suas cores favoritas, música, comida, gostos e desgostos em geral.
Era uma boa ideia. Economizaria o tempo de conversa monótona daquela noite. Eu escreveria uma para ela depois.
Dobrei de novo a lista e a coloquei no bolso de meu paletó. Eu ficaria sentado em salas de espera o dia todo — teria algo com que me ocupar.
***
A srta. Elliott era pontual e chegou às sete horas. Abri minha porta, deixando-a entrar, peguei seu casaco e o pendurei — esse tempo todo em silêncio. Havia uma rigidez, uma formalidade, em nossas interações, que eu sabia que tinha de mudar. O problema era que eu não sabia como fazer isso.
Eu a levei ao balcão da cozinha e lhe dei uma taça de vinho.
— Pedi comida chinesa.
— Não precisava.
— Acredite, você não quer que eu cozinhe. Não sobreviveria. — Dei risada. — Não tenho certeza se a cozinha sobreviveria.
— Eu gosto de cozinhar — ela ofereceu, com um sorriso discreto curvando seus lábios. Era uma boa forma de começar. Sentei-me, colocando
uma pasta diante de mim.— Mandei fazer um contrato esta tarde. Você deveria ler.
— Ok.
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o contrato
RomanceRichard Van Ryan é um playboy executivo e tirano que trabalha para uma empresa que visa apenas lucros. Após ser passado para trás por um colega de trabalho, acabou não conseguindo fazer parte da sociedade que tanto queria. Assim, com um plano de se...