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Richard

Passar a noite com duas mulheres tensas e nervosas foi interessante.

Jenna não era normalmente rígida, o que era desconcertante, mas Katharine foi a grande surpresa. Havia me acostumado com sua personalidade quieta, mas, naquela noite, ela estava falando muito.
Incessantemente.

Entre mostrar a Jenna seus planos para a sala, "nosso quarto", fazer infinitas perguntas sobre a história da ioga, as perguntas generalizadas sobre cada membro da família Gavin e do escritório, assim como qualquer outro assunto que parecia passar por seu cérebro, ela falava sem parar. Também não se sentava. Ela ficava andando pela sala, usando as mãos para demonstrar suas ideias. Ela pegou, moveu, amarrou e endireitou cada objeto na sala pelo menos duas vezes.

Ficava dando tapinha no ombro de Jenna, certificando-se de que ela estava bem, e a compressa fria que manteve no meu pescoço era trocada a cada vinte minutos. Acho que nenhuma vez ficou à temperatura ambiente. Eu tinha de admitir que, quando ela ficava atrás de mim, falando, eu não me importava que seus dedos massageassem meu pescoço, ou com a forma que ela apoiava minha cabeça em sua barriga e passava os dedos em meu cabelo repetidamente.

O carinho era bom, e minha dor de cabeça começou a se dissipar, apesar da falação constante.

Mesmo assim, seu comportamento era perplexo. Até Jenna ergueu a sobrancelha para mim mais de uma vez. Ergui um ombro, sugerindo a única coisa que fazia sentido quando Katharine não estava ouvindo.

— Ela também não gosta de tempestades.

Minha explicação pareceu satisfazer sua curiosidade.

Lá pelas dez, a tempestade diminuiu, o trovão se tornou um ruído baixo e menos frequente, embora a chuva continuasse a bater nas janelas ao nosso redor.

Jenna se levantou.

— Vou colocar meus fones de ouvido, aumentar a música e colocar minha máscara noturna. Talvez possa dormir antes de dar outro trovão.

Katharine se levantou também.

— Tem certeza de que ficará bem? Posso dormir na chaise e ficar por perto.

Jenna balançou a cabeça e a beijou na bochecha.

— Ficarei bem. Saber que está do outro lado do corredor vai ajudar. Só não consigo ficar sozinha. Geralmente, mamãe e papai estão quando Adrian está fora. Adam e Julia estão tão ocupados com as crianças e detesto incomodá-los. Vocês estão salvando minha vida hoje.

Ela se abaixou e me beijou no rosto.

— Obrigada, Richard. Sei que já me vê bastante no escritório. Realmente agradeço.

— Não há problema.

— Se precisar de mim, venha me chamar — Katharine ofereceu.

— Vou tentar não fazê-lo.

Ela subiu os degraus, deixando-nos a sós. Eu analisei sua linguagem corporal. Tensa era o mínimo. Se ela ficasse mais rígida do que estava, estaria com dor de cabeça logo.

— Ei.

Ela se assustou e olhou para mim com os olhos arregalados.

— O que há de errado?

— Nada. Por que pergunta?

Sorri.

— Você está como um gato no telhado quente a noite toda.

Ela se apressou pela sala, arrumando seus arquivos já arrumados, endireitando o jornal que eu estava tentando ler e pegando os copos para levar à cozinha.

o contratoWhere stories live. Discover now