Richard
Eu não sabia o que fazer depois da conversa com Katharine. Suas palavras ficaram ecoando em minha cabeça, fazendo-me questionar as verdades às quais eu me segurei por todos esses anos. Eu me senti drenado, e precisava parar essa onda de pensamentos, então mudei isso, indo para a academia. Malhei pesado, tomei banho, depois segui para meu quarto. Esperava que Katharine se aproximasse de mim querendo continuar a conversa, o que eu esperava evitar, mas ela estava ocupada na cozinha, sem fazer esforço para olhar para mim conforme passei.
Na minha escrivaninha, havia um prato de sanduíches e uma garrafa térmica com café. Encarei a situação por um instante, depois, dando de ombros, perdi-me nos arquivos que trouxera para casa. Só no começo da noite que a vi de novo.— O jantar está pronto, se estiver com fome.
Olhei para cima, apertando os olhos.
— Richard, você precisa de um pouco de luz. — Ela cruzou a sala, acendendo o abajur da minha escrivaninha. Ela balançou a cabeça. — E talvez óculos. Estive reparando em como você segura as coisas perto do rosto quando lê — olhei para baixo, percebendo que ela tinha razão.
— Vou marcar uma consulta para você — ela ofereceu, com um sorriso nos lábios. — Duvido que isso esteja na lista de tarefas de sua assistente.
Tive de rir, mesmo enquanto virava os olhos para cima. Quando me encontrei com Amy na sexta, listando todas minhas expectativas, ela me surpreendeu com sua própria lista. As assistentes pessoais no Grupo Gavin eram totalmente diferentes da Anderson Inc. Ela estava lá para me dar apoio, manter-me organizado e até, de vez em quando, providenciar meu almoço, mas não estava lá para me fazer café, torrar um bagel ou pegar minha roupa na lavanderia. Dizer que fui colocado no meu lugar era apelido. Ela foi gentil o suficiente para me mostrar o lounge enorme dos funcionários, como usar a máquina de café e onde encontrar os bagels e outras comidas que Graham mantinha para sua equipe.
Katharine teve de sair para esconder a risada quando eu lhe contei essa história.
— Não é engraçado! — gritei para ela.
— Ah, é, sim. — Sua resposta seca veio do fim do corredor.
Tinha de admitir que ela estava certa. Pensando bem, não me matou ter de levantar e pegar um café. Era uma boa forma de esticar as pernas. Eu tinha uma sensação de que Amy seria muito econômica com o cream cheese no meu bagel, de qualquer forma.
Katharine sempre o empilhava do jeito que eu gostava.
— Cristo, estou ficando velho — resmunguei. — Óculos de leitura.
Ela riu.
— Sim, trinta e dois é ancião. Você ficará bem. Tenho certeza de que vai fazê-los ficarem bonitos em você.
Ergui minha sobrancelha equivocada para ela.
— Ah, é? Está dizendo que vou ficar ainda mais sexy com óculos?
— Não estou dizendo nada. Seu ego é grande o suficiente. O jantar está na cozinha se quiser.
Com uma gargalhada, apaguei a luz, seguindo-a para a cozinha, ainda desconfiado. Algumas das minhas lembranças mais nítidas da infância eram as discussões constantes de meus pais.
Minha mãe era como um cachorro com um osso, recusando-se a ceder um centímetro. Ela iria reclamar alguma coisa com meu pai, que, normalmente, explodiria. Eu estava preocupada que Katharine tentasse tocar no assunto de nossa conversa, mas ela não disse nada. Em vez disso, quando estávamos comendo, ela empurrou uma cor de tinta em minha direção.
— O que acha?
Analisei a cor esverdeada
— Um pouco feminina para meu gosto.
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o contrato
RomanceRichard Van Ryan é um playboy executivo e tirano que trabalha para uma empresa que visa apenas lucros. Após ser passado para trás por um colega de trabalho, acabou não conseguindo fazer parte da sociedade que tanto queria. Assim, com um plano de se...