Capítulo Um

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° Capítulo 1 °

Lar doce lar
As Lembranças
Está segura

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Reescrito






Frio. Sempre amei o frio, pois o calor, esse inimigo constante, me persegue desde o amanhecer até o crepúsculo. O fogo, implacável, ardia em minha pele, corria em minhas veias Quileutes como um rio de lava, inflamava minha raiva indomada e resplandecia na escuridão da minha pelagem. Era assim naquele momento internacional miserável, repleto de olhares carregados de preconceito e desdém. Tudo queimava, tudo era labareda. E agora, com uma mistura de temor e esperança, eu me preparei para enfrentar o que seria estar, finalmente, “em casa”.













Senhorita! Chegamos. — A voz do taxista rompeu meus pensamentos, trazendo-me de volta ao presente. Sua entonação prática e sem emoção contrastava com a turbulência em meu peito. Ofereça-lhe um sorriso educado, antes de sair do carro, o vento frio acolhendo meu rosto como um antigo amigo. — Não vai querer ajuda? — ele disse, já com o porta-malas aberto e as mãos prontas.

Não, eu agradeço. Surpreendentemente, minha família veio me receber! — falei, quase um sussurro divertido, quando meus olhos captaram a figura familiar do meu irmão mais novo, seus longos cabelos negros dançando sob a brisa e aquele sorriso contido que dizia tanto e tão pouco ao mesmo tempo.

Eu não esperava que eles vissem, não depois de tudo o que aconteceu há três anos. O rosto de meu pai, talhado em pedra e dureza, estava ali, firme como sempre, mas havia algo novo, um brilho sutil e quase esquecido em seus olhos. Aquilo me deixou mais nervosa do que se ele tivesse me olhado com a indiferença ou a fúria depois daquilo... Por que agora, depois de tanto tempo, o lampejo da gentileza? Preferia mil vezes o peso do desprezo à delicada e traiçoeira esperança de alguma mudança.

Como vai a vida, Lily? Os franceses ocuparam tanto o tempo que nem uma mensagem conseguiu enviar? — A voz de Jacob, ainda em transição do timbre, carregava uma tentativa de seriedade que não se encaixava em seu espírito de idiota. Eu ansiava pelo seu sorriso, a chama que eu precisava para suportar estar ali.

Sim, confesso que eles são extremamente... chaud , "quentes"! — brinquei, soltando um riso suave enquanto erguia meu mala e a deixa no chão. O peso da culpa se instalou no meu peito, corroendo cada fragmento de coragem. Deixei-o quando ele tinha apenas 12 anos, e, nesses três longos anos, só o visitei uma única vez. Não sabia de onde ele tirou tamanha maturidade para me receber com tanta segurança, depois do que aconteceu na minha última visita. Ele não conhecia toda a verdade, mas o que sabia já era suficiente para deixar rancor. E, no entanto, ali estava ele, tentando novamente.

Você vai me ajudar a personalizar quantas motos e carros eu desejar, e vai me ajudar a renovar o caminhonete da Bella. Brincávamos com ela quando éramos menores. Ela está voltando para Forks, provavelmente chegará amanhã. — Jacob afirmou, absorvendo a voz em uma tentativa de autoridade que só servia para acentuar seu jeito desajeitado. Me contive para não rir, sentindo uma súbito alívio.

Com toda a certeza, irmãozinho! Dou minha palavra de irmã mais velha. — Elevo minhas mãos, mostrando que não havia cruzado os dedos, um gesto de sinceridade e confiança.

Alma Quente E Pele Fria - Rosalie Hale [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora