Capítulo Quatro

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° Capítulo 4 °

Os Cullen
Rosalie

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Reescrito






Olhares mudam tudo. Palavras podem ser doces mentiras, moldadas para enganar, e toques, facilmente interpretadas de forma errada, ilusórias. Mas os olhos… os olhos revelam o que as palavras tentam esconder. Não importa quão habilidoso alguém seja em manipular sentimentos, o olhar sempre guarda a verdade, escancarando sua sinceridade. Ele é o reflexo mais puro de quem somos, o que sentimos, o que tememos.













Já era tarde da noite quando eu cheguei na casa de Emily com uma mochila em minhas costas e roupas confortáveis. Estava preparada para lidar com tal encontro depois de duas horas ao lado de Jake montando e pintando latarias ao som de músicas antigas. Ao entrar o bando todo já me esperava pacientemente, alguns de seus olhares eram de pena, outros me olhavam de forma indiferente, como fosse uma intrusa em seu ninho. Já Sam, ele estava aliviado por eu ter vindo. Passo pela porta sem timidez me apropriando de uma das cadeiras vagas ao redor da mesa, então ouço passos rápidos e um perfume típico de uma família que eu já conhecia a muito tempo.

Olá, Anne... Quer comer algo, Liliane? Nós não conversarmos desde aquilo tudo. - Emily fala de forma gentil e insegura.

Ela parece repreender a si mesma pelo uso do apelido antigo, que me causou certa nostalgia ao ouvir, o que quase amolece meu leve rancor pela traição que ela e Sam cometeram com Leah. Quando olho para seu rosto afim de lhe responder,meu coração erra uma batida pela enorme cicatriz em sua face. Sam, que porra você fez?

Não estou com fome, talvez outra hora, Emily. Obrigada. - Falo desviando o olhar de seu rosto e olhando para Sam que estava de cabeça baixa.

Esse era o preço de ser um lobo afinal, ter o sangue fervendo em nossas veias. Nosso maior medo era isso afinal, a falta de controle por nós próprios. Sam, depois do constrangimento que o causo com meu olhar acusatório, enfim começa a falar.

Eles começaram a me explicar sobre cada integrante, detalhando o que tinham descoberto ao longo do tempo sobre cada "frio". Eu ouvia em silêncio, absorvendo as informações e registrando mentalmente cada detalhe sobre os Cullen e os Hale, sem me envolver tanto na conversa. Cada palavra parecia importante, e eu me preparei para o que estava por vir. Em pouco tempo, já estávamos todos correndo rumo à linha invisível que dividia os territórios.

O cheiro deles chegou até mim antes mesmo que a fronteira fosse visível. Adocicado, porém tóxico, algo enjoativo que fazia meu estômago revirar e meu focinho queimar. Era mais intenso do que eu havia imaginado. Mas, quando me permiti mergulhar mais fundo no aroma, notei um toque que parecia diferente. Era como se, misturado a todo aquele veneno repulsivo houvesse algo denso, selvagem, vulnerável, quase embriagante. O cheiro lembrava rosas, chuvas frias, tinta fresca e páginas de livros novos. Algo puro e inexplicavelmente meu. Exalava a mim. Aquilo me impulsionou a correr mais rápido, aproximando-me de Sam, que notou minha mudança de postura com um olhar confuso e desafiador.

Ao chegarmos ao riacho que nos separava, os vi pela primeira vez. Suas peles eram tão pálidas quanto a de Bella, algo que eu jamais imaginei ser possível. Olhei para cada um deles, tentando conectar as informações que me haviam dado com as figuras à minha frente me lembrando da maneira engraçada e infantil dos membros do bando descreverem tais.

Alma Quente E Pele Fria - Rosalie Hale [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora