"Sasuke."

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    — Sasuke, você está bem? — O Uchiha olhou para os lábios donos da voz que o perguntava. Lábios esses adornados de um sorriso ameno. Mas, a pergunta definitivamente não combinava com aquele sorriso. Sasuke estava bem?

    Ele analisou a boca que o perguntava se ele estava bem, ele analisou a pergunta também. Sasuke estava triste, sua mãe havia morrido. Ele subiu seus olhos ônix para os orbes pertencente à dona daquela voz, azuis, como um mar pacífico, ela olhava para ele com complacência. Kohana estava ali, então Sasuke estava feliz. Kohana sorria mesmo sabendo de seu luto, então Sasuke estava irritado.

    — Eu... — Sua pequena voz engasgou antes mesmo de processar o que realmente queria dizer à ela.

    — Vai ficar tudo bem. — Ela o envolveu em seu braços, fazendo as mangas de seu yukata roçarem no rosto do menino, o aconchegando como uma coberta.

    — Eu não sou amado. — Sasuke sussurrou, sua pequena voz saiu fraca e triste, e apesar de uma frase curta, ela pesava tanto que doía.

    — Isso não é verdade. Você é amado agora, e será amado no futuro. — Foi a última coisa que ela falou antes de se esvair como poeira ao vento.

    Sasuke piscou algumas vezes, olhando sem crer no que Itachi havia feito ali. Sim, estava desacreditado. Naruto se sentou exatamente ao seu lado, e Fugaku lançou-lhe um olhar mortal, que apenas não se prolongou por Kushina arremessar no homem um olhar igualmente intenso.

    O Uchiha mais velho pigarreou, desviando dos orbes verdes da ruiva.

    — Sinto muito minha pouca cordialidade, não havia sido informado que a casa principal dos Uzumaki se juntariam ao jantar essa noite. — O homem falou, voltando para trás da sua máscara de indiferença.

    — Ah, não, eu que peço desculpas por aparecer sem um aviso prévio. — Kushina respondeu, sorrindo.

    Naruto engoliu em seco e olhou para Sasuke, que estava igualmente nervoso, o veneno era tanto que podiam senti-lo denso no ar naquele momento.

    — Então, o que os traz aqui Kushina? — Sachiko finalmente saiu do seu transe, perguntando diretamente à chefe da família Uzumaki, sem se importar com etiqueta ou títulos.

    — Ah, isso é fácil responder. — Ela disse, enquanto empregados colocavam seu prato e outros utensílios para o jantar. Todos pareceram se focar exclusivamente em Kushina naquele momento. Itachi sorria, observando com curiosidade o que ela faria. — Eu vim arruinar esse noivado sem futuro já que meu filho e o Uchiha aqui combinam bem mais. — A mulher completou dando tapinhas nas costas de Naruto.

    Karin engasgou na mesma hora com o gole de água que dava enquanto Kushina falava aquele absurdo. Arruinar o que?

    A ruiva mais nova mirou-a com os olhos queimando, mas Kushina parecia impenetrável e inabalável com aquilo.

    — Perdão? — Sachiko Uzumaki, ainda sorrindo, questionou, como se não tivesse processado o que acabara de ouvir.

    — Você me escutou.

    — Com todo o respeita senhora Uzumaki, isso não algo que você possa decidir. — Fugaku interviu.

    — Ah, pelo amor de Deus, olha para eles dois! — A ruiva respondeu ao homem, sem se importar com o caos que estava causando na cabeça de todos na mesa naquele momento. — São adultos, com dezoito anos na cara cada um, se eles quiserem ir rodar bolsinha na esquina eles podem. Quem não tem poder de decisão aqui são vocês, adultos gananciosos.

    Itachi precisou respirar fundo para conseguir conter sua risada, já Sasuke não conseguiu fazer o mesmo ao ver os olhares indignados no rosto de todos.

A Cama Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora