A ausência de um alfa

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Travesseiros foram empurrados caindo em cima de um bêbado adormecido no chão, a coberta foi empurrada com os pés revelando um omega suado. Tentou se sentar, mas seu corpo pesou, olhou ao redor a procura do alfa loiro, suspirou pesado com dor de cabeça sentindo uma presença estranha dentro de si.

Não sabia onde seu lobo começava ou a presença terminava, é uma coisa estranha, não sabe colocar em palavras a sensação. Ouviu um murmúrio e se arrastou até a beira da cama sentindo o pescoço dolorido, olhou o travesseiro e o puxou revelando Kyojuro adormecido.

É ele, a presença dentro de si, Tanjiro arregalou os olhos se sentando num pulo, sentindo a cabeça latejar, mas não é sua dor, já que Kyojuro acordou de imediato e gemia com ambas as mãos enroscadas nos fios.

     - O que você fez? - perguntou feroz com um rosnado alto que fez ambas as cabeças pulsarem em dor.

O alfa se sentou coçando os olhos, ambos estavam nus, os olhares se cruzaram, Kyojuro confuso e Tanjiro com olhos arregalados em desespero.

     - O que você fez Rengoku-san? - perguntou agora com a mão no local que estava dolorido, se levantou e correu até o espelho, logo caindo de joelhos com as mãos na boca.

     - Tan...

     - Não! - interrompeu o alfa que começava a se mover para ir de encontro ao ômega, mas parou e sentiu uma fisgada no peito, ele está mesmo o rejeitando - que merda aconteceu ontem? - Tanjiro forçou sua memória com as mãos cobrindo o rosto, mas só se passavam flashs, inclusive sua última lembrança fora o orgasmo violento que teve.

Se levantou e pegou sua roupa a vestindo com pressa.

     - Tanjiro - o alfa chamava pelo ômega que o ignorava - Tanjiro! - se desesperou ao ver o menor calçar as botas - onde você vai? Ei! - colocou sua cueca box o mais rápido que pode e se levantou correndo até o ômega, ignorando a dor de cabeça, sentindo a angústia sendo passada pela marca recém feita.

     - Não... Encosta em mim - puxou o pulso que foi segurado e pegou o sobretudo saindo do quarto.

     - Tanjiro, onde você vai? - perguntou indo atrás do menor que destrancou a porta com rapidez e saiu batendo a mesma na cara do alfa que caiu sentado no chão sentindo o peito doer.

Ele está mesmo sendo rejeitado. Rosnou alto segurando os próprios cabelos. Como pode cometer esse deslize? A presença de um lupus deixa qualquer ômega entorpecido, Tanjiro não estava em seu juízo quando dizia que queria mais, talvez nem sequer sabia do que o alfa falava na hora, só se apegou as sensações.

Kyojuro se levantou e foi em busca de seu celular, o encontrando no bolso da calça que usou na noite anterior, discou o número do ômega e ouviu o toque do celular no criado mudo, suspirou e socou o espelho o quebrando, um pedaço se enfiou na parte de cima de sua mão o fazendo rosnar com mais ódio ainda, retirou o caco de vidro e viu sangue pingar no chão. Voltou sua atenção ao celular o sujando um pouco com o vermelho.

     - Hm, Kyojuro? - a voz sonolenta do outro lado indicava que o alfa acabara de acordar.

     - Giyuu, eu fiz merda.

[...]

Assim que Tanjiro entrou no elevador, sentiu uma tontura sendo necessário se apoiar na parede de metal.

Saiu do prédio as pressas já erguendo a mão a procura de um táxi que logo parou, o pequeno praticamente se jogou dentro do veículo e ditou o endereço se encostando na porta para olhar a neve branca do lado de fora com os olhos marejados.

O carro parou em frente a residência dos Kamados e o primogênito fechou os olhos ao bater as mãos em todos os bolsos, percebendo que deixou carteira e celular na casa do alfa.

Meu Sol (RenTan GiyuuSabi ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora