secret?

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"Não há segredos que o tempo não revele."

Marília point of view

Finalmente a festa da empresa havia chegado, Minha mãe fez questão de reunir todos os funcionários e seus parceiros.

— Amor me empresta seu celular?

— Porque? Eu estou usando. — Maraisa disse rápido de forma estranha.

— Você não está usando amor.

— Mas vou usar agora. — pegou o aparelho colocando no bolso e subindo as escadas.

Achei um pouco estranho a reação dela, mais preferi ignorar, me levantei e subi as escadas a procura do meu celular.

~⏳~

Joguei o telefone em cima da cama e fui para o banho. Uma hora depois eu já estou pronta, desci até a sala para ficar com as crianças, enquanto Maraisa termina de se arrumar. Minha esposa desceu as escadas usando um vestido longo verde escuro que tinha um decote pequeno nas costas e uma grande fenda do lado esquerdo, seus cabelos estão presos e sua maquiagem leve. Ela está incrivelmente linda, uma verdadeira princesa. Eu me vejo cada dia mais apaixonada por essa mulher e hoje, especialmente, eu estou hipnotizada.
Quando ela parou em minha frente eu enlacei sua cintura, puxando-a para perto e beijando-a intensamente.

— Eca mamãezinha. — Liz disse tapando os olhinhos.

— Você está lindíssima.

— Obrigada meu amor, você está impecável, já disse o quanto você fica perfeita de preto? — ela me deu um selinho, afastando-se e pegando o celular. — Agora vamos que já estamos atrasadas. — ela beijou a testa de nossos filhos.

— Vamos. — depositei um beijo em nossos filhos e fui até ela.

Fomos o caminho em completo silêncio, Maraisa não tira os olhos do celular e eu tento ficar focada no trânsito.

— Amor...

— Hum.

— Maraisa, algum problema?

— Não amor, tudo bem. — ela apertou minha coxa e voltou a atenção para o celular.

Chegamos ao salão de festas.

— Minha mãe realmente adora uma festa de arromba. — falei assim que vi o salão lotado de pessoas.

— Mas nada se compara a festa que eu tenho planejada pra nós duas. — minha esposa sussurrou em meu ouvido, e eu a olhei incrédula.

— Você só pensa nisso Maraisa?!

— É a única coisa que eu consigo pensar com você nesse vestido.

— Safada!

— Gostosa! — eu ri, balançando a cabeça. Logo meu sorriso desapareceu quando o celular de Maraisa tocou e ela se afastou para atender.

Olhei para o lado, vendo Olivia, uma das sócias da empresa. Olivia é uma senhora nos seus quarenta anos que é uma das amigas da minha mãe, a única que eu consigo aguentar. Ela é diferente das outras, em vez de arrumar um marido que fizesse tudo, ela entrou na faculdade de Engenharia e lá conheceu sua parceira nesses últimos anos, Jessy.

— Olá menina Marília, quanto tempo não te vejo.

— Oie Liv, voltei da licença e você estava de férias. — a abracei

— Como estão as crianças e Maraisa? Ela com certeza está aqui mais não a vi.

— As crianças estão bem, deveria visita-los, Maraisa está por aí. — sorri pra ela — E a Jessy?

— Falando de mim loira perfeita?

— Achei que a loira perfeita fosse eu. — Olivia fingiu indignação me fazendo rir.

— Ninguém aqui quer uma competição né amor. — Jessy deu um selinho nela. — Sua esposa está se acabando na pista de dança com sua mãe Marília.

Maraisa rebolava ao som da música do dj, onde  minha mãe e algumas outras pessoas da empresa também dançam. É como se ela fosse a própria dona da pista de dança. Linda, não só eu, como mais da metade do salão não consegue tirar os olhos de cima dela. Um sorriso deslumbrante, que os suspiros são ouvidos de longe.

— Vem, meu amor, dança comigo? — Ela se direcionou até a mesa em que eu estava encostada, bebericando meu drink, enquanto observava ela na pista de dança. — Boa noite moças.

— Boa noite Maraisa, vai lá Marília, arrasa.

— Definitivamente, não! — Disse rindo da forma fofa com que ela fez aquela oferta, mas recusei. Eu sempre fui péssima dançarina e ela sempre me pedia para dançar com ela, ela é mil vezes melhor nisso.

— Por favor, esposa linda. — Olhou com os olhinhos brilhantes e abriu um sorrisinho sem mostrar os dentes, inflando um pouco as bochechas, é uma visão adorável.

— Só uma, entendeu? — Não consegui não aceitar esse mesmo convite de antes, ela estava tão fofa, que eu só queria segurar sua cabeça e beijar essa boca que eu tanto amo.
O fiz também, porque estava ouvindo um papo vindo da mesa de trás, de umas mulheres provavelmente novas na empresa, querendo se engraçar para cima da minha esposa e eu não quero fazer uma cena, mas elas precisam saber que essa mulher está acompanhada e que a companhia dela sou eu.

Ela pegou gentilmente minha mão, e como a dama que é, deu um breve selar sobre as costas dela. E eu só consegui suspirar de paixão, eu sou e sempre fui - desde o dia em que ela me cativou, é claro - apaixonada por essa mulher. Maraisa sabe como ninguém como me conquistar, como me tomar ao seu lado para todo o sempre. E ali, com uma mão segurando forte a minha cintura e a outra sobre minha mão, com nossos corpos se balançando ao som de Nina Simone, eu só constatei o óbvio: quero sim passar o resto dos meus dias ao lado dessa mulher.

— Você está melhorando. — Ela sussurrou no meu ouvido, quando a música já estava passando da metade.

— E você continua mentindo muito mal. — Respondi no mesmo tom confortável que ela usou comigo.

— Mas não é mentira, você anda treinando, não anda? — Fez aquela pergunta e me girou, depois voltou nossos corpos para a posição inicial.

— Só nas vezes que você me faz te acompanhar nas danças, porque sabe que eu não resisto a essa carinha de gatinha pidona. — Passei a ponta no meu nariz no dela e sorrimos juntas.

— Então está dando certo, não? — Ela gosta de me provocar com isso, porque eu jurava por Deus que não sabia dançar e ela está sempre querendo me convencer do contrário.

— Sua sorte até hoje, foi porque eu te amo Maraisa, nada mais que isso. — Respondi aproximando mais os rostos e os corpos consequentemente.

— Eu não posso negar que essa é mesmo uma boa sorte, não é? — O tom dela ficou mais rouco e eu sabia que o modo galanteadora, que sempre faz meu coração bater mais forte, está ativado. Sua mão também apertou um pouco mais minha cintura e eu quase desmontei na frente de todas aquelas pessoas, ainda bem que em breve voltaríamos para nossa casa.

— Não mesmo!

Pouco antes da música acabar, nossos lábios grudaram e iniciamos um beijo lindo, porque todo o cenário o pinta dessa maneira.

— Eu preciso de você agora, essa festa está extremamente entediante. — me arrepiei com o sussurro próximo ao seu ouvido.

— Você precisa ser mais discreta, Maraisa. Alguém pode nos ver! — falei baixo, ainda olhando para o ambiente. — Precisamos conversar.

— E não podemos conversar sem roupas na nossa cama?

— Não Maraisa. — olhei no rosto dela — O que está acontecendo?

— Não está acontecendo nada meu amor.

— Você tem certeza? Está estranha.

— Sim tenho certeza amor.

— Tudo bem então. — ela me deu um selinho.

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