❥ 𝕽𝖊𝖆𝖑𝖒𝖊𝖓𝖙𝖊 | 𝔍𝔢𝔫𝔩𝔦𝔰𝔞

✧ Capítulo 37

Lalisa Manoban

Achei que meu coração tinha partido quando Jennie partiu pela primeira vez. Todos aqueles anos atrás, quando eu mesma a levei ao aeroporto, a vi embarcar em seu voo para Nova York e nunca mais olhar para trás. Eu senti como se tivesse perdido minha chance com ela então, como se eu nunca fosse saber o que poderíamos ter sido e essa foi a maior dor que eu poderia ter experimentado. Não havia nada pior do que o arrependimento que escapou daquilo. Mas havia.

E aconteceu quando eu a tive, realmente a tive, e então a perdi.

Me tranquei em meu escritório e fiz o que sempre fazia quando Jennie Kim saía. Eu me joguei no meu trabalho. Nan e Prija vieram me perguntar se eu queria algo para comer ou beber ou qualquer outra coisa muito mais do que elas normalmente faziam. Presumi que elas ouviram nossa discussão com bastante facilidade, já que também estavam em casa na época. Mas eu as ignorei, as afastei, exigi que me deixassem em paz.

Encarei propostas de projetos, orçamentos, projeções. Li os memorandos sobre a mudança de nossa empresa de impostos, a contratação de outro advogado ou a reforma do escritório. Fiz o que sempre fazia quando tudo com o que me importava estava fora de controle. Tomei decisões sobre o pouco que ainda podia.

Bebi um copo de uísque, depois outro. Quando fui servir o terceiro, deixei no bar e peguei a garrafa. Recostei-me na cadeira, com os olhos vidrados de embriaguez, e comecei a ler os e-mails no meu telefone. Vi uma do Nate, enviada hoje, no final da manhã.

Nate: Atenção, chefe. Sua esposa está subindo para o seu escritório e ela parece chateada. Não diga que não avisei.

Com meus maxilares cerrados, tomei outro gole de uísque, mas não estava entorpecendo a dor como costumava fazer, então tomei outro curso de ação e joguei meu telefone o mais forte que pude. Ele atingiu a parede oposta e quebrou em um milhão de pedaços.

Naquela noite, passei por mais estágios de luto do que a psicologia moderna conhecia. Eu me enfureci, bebi e destruí coisas. A certa altura, até verifiquei voos para Nova York, mas fechei a janela me sentindo a idiota que estava sendo. Em algum momento da noite, a campainha tocou. Não fiz nenhum movimento para atender, esperando poder fingir que não existia, esperando poder fingir que muitas coisas não existiam. Mas então ouvi passos vindo pelo corredor e tive que intervir.

— Mande-os embora, Nan. — Eu gritei, tomando outro gole da garrafa de uísque na minha mão, — ... quem quer que sejam.

— Isso não é maneira de tratar sua sogra. — Uma voz familiar falou e eu olhei para cima para encontrar a Sra. Kim entrando em minha bagunça parcialmente destruída do escritório. Eu apenas olhei para o prato coberto que ela segurava em suas mãos e fiz uma careta. Tomei outro gole enquanto ela olhava ao redor para o estado do meu escritório e franzia a testa também. — Ela se foi, não é?