BÔNUS - Gabriel Barbosa

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Gabriel tinha diminuído a velocidade, assim que entrou no seu condomínio e isso tinha feito com que o menino que antes dormia, acordasse dando um longo bocejo.

— Gabi — Mateus o chamou — meu dente caiu.

O jogador deu uma olhada para trás, e viu que a boca do menino sangrava um pouco. Talvez ele tivesse entrado em pânico, mas precisou se acalmar e pensar no que Beatriz faria.

Sua mente se iluminou, pois certamente ela tentaria acalmar ele de alguma forma.

— Tá tudo bem, Teteu — O camisa 10 disse, olhando mais uma vez para o retrovisor — deixa eu ver a sua janelinha.

O menino abriu a boca, e Gabriel conseguiu ver o espaço de onde pertencia o dente que estava na mão do garoto.

— Doeu? — Barbosa perguntou, enquanto estacionava em frente a sua casa.

— Não, nenhum um pouco.

— Pó, você é corajoso demais — o jogador saiu do carro, e logo abriu a porta de trás, ajudando o menino a sair do carro — na minha época, doía demais, mas isso era porque meu pai amarrava uma ponta da linha no meu dente e outra na porta do carro, aí quando batia a porta arrancava o dente.

O garoto olhou para Gabriel, antes de rir, e depois a gargalhar. Que fez o jogador listar mais uma das coisas que Mateus era igual Beatriz, rir da desgraça dos outros.

— Aí aí Gabi — o menino conseguiu falar depois de um tempo e após um longo respiro — a minha mãe fazia isso com a minha tia também, mas ela fala que não doía não.

Aquela era a primeira vez que Gabriel ouvia Matheus falar sobre Beatriz como sua tia.

E era estranho como soava tão natural para o garoto. Mesmo sendo aquela sua história, onde era irônico pensar que aos 3 anos de idade, uma criança conheceu a dor tão cedo, mas ao mesmo tempo o céu tinha sido bom o suficiente para lhe enviar uma segunda mãe, Beatriz.

E ele admirava a história dos dois.

Mateus desceu correndo pela rampa que dava acesso a entrada secundária da casa, e Gabriel só pediu aos céus para que o garoto não caísse. O jogador sabia que o menino pararia qualquer pessoa naquela casa, para mostrar o seu dente que tinha acabado de cair, e por isso ele não se surpreendeu ao ver o menino indo conversar com Lindalva e Dhiovanna.

— Olha o meu dente caiu — Matheus exibiu o dente para elas. 

— Então parece que alguém vai ter a visita da fada do dente hoje, Mateus — a irmã do jogador falou animada.

— Dessa vez eu não vou ter — ele admitiu, chamando a atenção de todos ali — Não acredito mais na fada do dente, porque uma vez eu vi minha mãe colocando o dinheiro debaixo do meu travesseiro, mas ela não sabe disso.

E dessa vez, foi a vez do jogador rir.

— Mas não conta para a minha mãe, que eu sei, por favorzinho Gabi — Mateus pediu, implorando com as duas mãos.

— Tá bom, eu não vou contar — ele pegou o dente do menino — agora vai tomar banho, que depois eu vou comprar um sorvete para você.

O garoto se animou, e subiu as escadas correndo, mesmo sob os avisos de cautela do jogador.

— Cadê minha cunhada? Achei que conhecia ela hoje.

Gabriel largou a chave do seu carro em cima da mesa, antes de sentar ao lado de sua irmã, e de frente para a sua mãe.

Ele sabia que elas estavam ansiosas para conhecer o amor da sua vida, e por isso ele tinha marcado para que esse encontro acontecesse dias antes da super copa, mas aparentemente sua namorada conheceria a sua família já no estádio.

— Ela precisou ir ontem para São Paulo, aconteceu algumas coisas.

— Mas está tudo bem? — Sua mãe perguntou.

O jogador nunca conseguia esconder as coisas da sua mãe, mas dessa vez tinha sido o longo suspiro que ele deu que o entregou para ela, ou o fato que ele realmente aparentava preocupação depois da ligação da mãe de Beatriz dizendo que sua namorada não estava nada bem.

— Não sei, mãe. Ela me resumiu algumas coisas que aconteceram, mas eu sinto que não é tudo. Tenho medo de insistir muito e acabar com tudo. Mas sei que a Bia não tá bem.

— Então vai até ela.

— Não é simples assim, mãe.

— Lógico que é, vai até ela como um príncipe encantado — dessa vez foi Dhiovanna que falou.

— Eu iria até a Bia, mas será que ela não vai surtar e virar dizendo que precisa de espaço?

— Meu filho, ela não é igual a sua ex-namorada, e percebo isso todas as vezes ouço você dizer sobre ela, porque o seus olhos falam por você, e até um idiota perceberia o quão apaixonado por ela o você está.

O jogador sorriu, ao escutar sua mãe dizer aquilo, pois ele sabia o quão estava explícito sua paixão pela Beatriz.

— Você tem razão, mãe.

— Vocês são uma família — Ela olhou para seu filho — a família é nossa base, é um companheirismo tanto nos bons e maus momentos. É sempre estar presente para o outro, e agora ela precisa de vocês.

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NOTAS DA AUTORA

Oie pessoal, tudo bem?

Sinceramente, eu não aguento mais esse técnico no meu time, raramente reclamo disso, mas não aguento mais. Aí ele vem na coletiva e diz "Estamos priorizando a Sul-Americana", Ah pronto! A porcaria da Sul-Americana é contra o próprio Fortaleza! Eu não entendo o Luxa. Ali não tem ninguém se importando com planejamento, meu... Tem que priorizar o Brasileirão, porque no mínimo você garante alguma coisa. CANSEI...

A minha sorte é que eu sou muito de bem com a vida, porque se meu humor dependesse dos jogos do Corinthians... meu amor, eu viveria de mau humor.

Enfim, até semana que vem!

SORTE NO AMOR | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora