Capítulo 12

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Beatriz saiu da sala de reunião, exausta, e respirou aliviada por seu café ainda estar quente, mas fez uma careta ao engolir o líquido amargo. Ela simplesmente odiava o café, ainda mais sem açúcar, porém era uma das únicas formas de acabar com o seu sono.

E aquele já era o seu quarto copo no dia.

— Bianchi — o seu chefe a chamou, e a loira respirou fundo — preciso que protocole um processo para mim, ainda hoje.

— A Lívia não pode fazer isso? — ela perguntou, se referindo a única estagiária.

— Não, ela precisa sair mais cedo hoje.

Beatriz controlou sua vontade de revirar os olhos, pois tinha tanta coisa para fazer naquele dia, que a sua última preocupação seria aquele processo ridículo que ele mesmo poderia protocolar.

— Tudo bem.

— E mais uma coisa, Bianchi — ele se aproximou mais dela — Você é nova aqui, e todos do departamento jurídico estão muito focados nesse trabalho, e precisamos que você também esteja, pois se o seu desempenho não estiver acima dos demais, não tem condições de você continuar aqui.

— Mas eu estou focada.

Naquele instante ela desejou contar a ele todas as noites que passava em claro trabalhando, e em de quantas coisas ela tinha aberto mão simplesmente para estar ali.

— Tem certeza? — dessa vez ele olhou para o camisa 10 do flamengo que treinava ao lado de Arrascaeta — Algumas pessoas estão me dizendo o contrário. Não se deixe levar pela emoção, Bianchi.

Beatriz permaneceu em silêncio, enquanto via o seu chefe sair dali.

Os seus olhos estavam brilhantes, e a tristeza teria nublado sua expressão pois ela estava lutando contra cada lágrima. 

Bianchi bebeu mais um gole de café, ao sentir que alguns olhares eram direcionados à loira.

Percebeu então que estava sendo testada e tinha sido derrotada. 

(...)

Beatriz agradecia mentalmente por aquela madrugada estar quente, pois somente conseguiria terminar de ler aquele contrato, com os pés na piscina.

Aos poucos a advogada percebia que a insônia estava voltando a ser sua melhor amiga. E ela sabia que grande parte da culpa era sua.

Respirou fundo antes de marcar o número da cláusula que, em seu ponto de vista, era obscura.

A casa do jogador estava em um silêncio completo, mas isso não a incomodava, já que tinha colocado seu fone de ouvido e escolhido a sua melhor playlist, e isso fez com que a loira não escutasse os passos de Gabriel descendo a escada.

— Bia — ele a chamou, assustando ela.

Ele mordeu a parte de dentro da boca para conter o riso, enquanto sua namorada levou a mão no coração, na tentativa frustrada de controlar seus batimentos agitados.

— Nossa Gabriel — ela falou depois de um tempo — não faz mais isso não, quase me matou do coração.

O jogador sentou ao lado da loira.

— Você tá bem? — mais calma, Bianchi deixou os papéis de lado — Você quase nunca perde o sono. 

— To bem, meu amor — Gabriel olhou para Beatriz — eu acho que o filme que a gente assistiu antes de dormir, me deixou agitado.

— Psicose? — ela perguntou enquanto ria — esse filme é de boa, meu bem.

— De boa? Acho que até agora esse foi o mais tenso que eu já vi.

A advogada admirava Gabriel, que até então não gostava de filmes, passar a assistir seus filmes prediletos.

Ela voltou a encarar o contrato em sua mão, e achou que aquele fosse o momento certo para contar ao seu namorado o que estava acontecendo com o seu trabalho.

E ele teria percebido a hesitação da loira, se não fosse pela madrugada escura, que protegia os movimentos calculados de Bianchi.

— Meu bem — Beatriz o chamou, e ela logo desviou o seu olhar para as poucas estrelas presentes no céu — você já se sentiu insuficiente?

— Algumas vezes, sim — Gabriel segurou na mão da loira — porque da pergunta?

— Essa semana, o trabalho que eu tanto amo, me fez sentir insuficiente. As pessoas se afastaram de mim, e de repente eu passei a ser culpada de todas as situações que davam errado. Nem quando eu era estagiária as pessoas me tratavam assim.

Mesmo escuro, o jogador analisou os olhos misteriosos de Beatriz e em seguida ele segurou o rosto da sua namorada.

— Eu não acredito que existe alguém ousado o suficiente, para te fazer sentir insuficiente. É impossível ver esse seu sorriso que torna o brilho das estrelas fraco, e te odiar.

— Você está sendo exagerado, Gabi.

— Eu juro que não estou — ele beijou a bochecha da sua namorada — todas as vezes que você sorri, eu me esqueço de como respirar. Você é perfeita demais, Beatriz Bianchi. E eu te amo, e não há limite para isso.

O coração de Bianchi chegava errar as batidas, ao ouvir aquela declaração de amor, que por muitas vezes só lia nos seus livros de romances favoritos.

— É, meu bem — Barbosa deu um selinho rápido na advogada — Mesmo que este mundo for um sussurro de terra esquecido em meio as estrelas, ainda sim amarei você.

Beatriz sorriu.

— Você lembrou da minha frase favorita.

— Óbvio que lembrei.

— Caracas, Gabriel — ela abraçou o camisa 10 — Eu te amo perdidamente, meu bem. 

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NOTAS DA AUTORA

Oie amigos, tudo bem?

VOLTEI!!!

Aconteceu tantas coisas, não sou de ficar me justificando, mas aqui vai a justificativa. Fui viajar semana passada, então resultou em não ter capítulos e peço perdão por isso.

A segunda coisa que aconteceu foi que, na sexta passada eu ia postar um texto falando para vocês flamenguistas terem calma e dar uma maneirada nos comentários pesados quando o Flamengo foi eliminado da libertadores por um time do Paraguai (fui para lá inclusive, não para ver o jogo infelizmente), mas meu time foi eliminado da copa do Brasil, e eu juro a vocês que isso não me estressou não. Eu não vou ficar perdendo minha paciência para um time mal escalado. Eu só estou torcendo DEMAIS, para que o flamengo ganhe essa copa do Brasil. São Paulo JAMAIS!!!

Outra coisa que aconteceu, e provavelmente eu esqueci de avisar, é que minhas digníssimas aulas voltaram, e minha criatividade também, pois eu fiquei sem esquecer por quase um mês, com um baita bloqueio criativo.

Enfim, até semana que vem!

SORTE NO AMOR | Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora