Beatriz nunca imaginaria que estaria voltando para casa, no carro do camisa 10 do flamengo. Talvez no momento em que ela contasse a Mateus, ele iria perguntar para ela se conseguiu um autógrafo.O alvorecer dava indícios, quando eles saíram do hospital. Ela não sabia se o seu autocontrole se dava ao fato de estar totalmente medicada ou era pelo gesso irritante em seu braço esquerdo, que lhe resultou em uma semana de atestado.
— O que você acha de deixar isso fora da justiça? — Gabriel perguntou, tirando Beatriz de seu devaneio.
— Com certeza — ela respondeu rápido demais.
— Mesmo?
— Sim, você está cumprindo com a sua parte, e envolver o judiciário é muito burocrático.
Beatriz agradeceu mentalmente assim que ela avistou o seu prédio. Fazia uma semana que ela se mudou para o Rio de Janeiro, e não tinha sido suficiente para conhecer a região onde morava, só reconhecia a fachada elegante do seu prédio, pois era isso que a convenceu de morar ali.
— Sinto muito, por você perder um trabalho importante essa semana — ele disse, assim que parou o carro em frente à portaria — Assim que o seu carro ficar pronto, eu te mando mensagem.
— Como você tem meu número?
— Você mesma que escreveu na minha mão, na recepção, não lembra? — ele mostrou a palma de sua mão e riu com a reação dela — Então certamente, você não vai lembrar de quantas vezes disse que me odiava.
— Eu disse isso? — ela perguntou irônica — Não lembro também, mas se te serve de consolo, eu te odeio um pouco menos agora.
— Vou considerar isso como um elogio de sua parte.
Por um momento Beatriz se perdeu no brilho do olhar de Barbosa, e ela sentiu suas bochechas esquentarem, então aproveitou aquele momento para sair do carro, e respirou fundo para que as batidas de seu coração voltassem ao normal.
— Até algum dia desses — Gabriel falou
— Até.
Beatriz não olhou para trás quando chegou a portaria, e colocou sua digital para que o portão abrisse para ela.
Era cedo demais, para que ela encontrasse algum vizinho pelos corredores da recepção ou até mesmo no elevador, e ela agradeceu aos céus por isso. Conseguiu chegar no hall do seu apartamento, sem ser julgada por quase ninguém a não ser o porteiro da noite, que estava prestes a trocar de turno.
Ela digitou a senha na fechadura, e dessa vez não tinha feito nenhum som. Da sala ela conseguia ver o corredor que dava acesso aos quartos, e a porta semi aberta de Mateus com a luz fraca do corredor, fez com que Beatriz respirasse aliviada.
O celular jogado no sofá começou a tocar, e ela sorriu assim que o nome conhecido apareceu na tela.
Beatriz pegou seu celular e correu até seu escritório, fechando a porta atrás de si.
— Bom dia, Arthur — ela disse assim que atendeu a chamada de seu amigo — nossa você está péssimo.
— Como você é engraçadinha — ele bocejou — você não vai acreditar no que aconteceu nessa madrugada.
Beatriz o encarou, e lutou contra toda a sua vontade de contar ao seu amigo, que tinha encontrado com Gabriel Barbosa, um dos jogadores favoritos de Arthur.
— Você acredita que meu cliente, foi ameaçar o vizinho, aí ele chegou todo valentão, com uma arma que ele nunca tinha usado na vida, e achava que estava descarregada, falando um monte, e de repente, a arma que ele estava segurando, disparou.
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SORTE NO AMOR | Gabriel Barbosa
DragosteBeatriz não tinha sequer hesitado em assinar o contrato que mudaria a sua vida. Sempre sonhou em ser advogada de um grande time, mesmo sendo um dos quais ela odiava, o Flamengo. A loira se sentiria completa, se não fosse pelo fantasma de seu passado...