Prólogo

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Olhando para o meu futuro não vejo grande coisa. Desisti de querer formar um futuro. Desisti de pensar que um dia terei sorte na vida ou encontrarei o amor da minha vida.

Na verdade, só desisti de procurar por alguém que me complete, porque sendo completamente honesta, ninguém nunca me irá fazer sentir completa.

Já me apaixonei, sim. Já tive sentimentos e já vivi intensamente deles, por eles. Mas para quê sentir algo por alguém que tu sabes que mal encontre outra pessoa te irá trocar. Sim, porque até hoje eu apenas fui uma boneca nas mãos dos rapazes. De todos eles.

Já chorei imenso, já me chateei comigo, já me cheguei a odiar por deixar que tudo isto acontecesse. Porque ninguém sabe o que passei ao ver todos os rapazes que olhavam para mim, olharem para outras. Por isso é que sim, eu desisti. Se sou fraca? Talvez. Mas prefiro sentir-me assim do que voltar a enfiar-me no meu quarto porque um qualquer decidiu partir-me o coração.

Todos esses relacionamentos falhados me mudaram. Mudaram talvez drásticamente, mas eu não me assusto mais com essa mudança. Eu divirto-me, eu saio, eu tenho amigas. Posso dizer que me comporto bem na escola. Apesar de ter desistido de um futuro com alguém, não quero destruir o meu futuro a nível profissional. Isso seria, talvez, a maior estupidez da minha vida. Mas tenho a plena consciencia que não sou santa nenhuma. Gosto de sair, de dançar, de beber, de chegar tarde a casa. Gosto de provocar e às vezes entrar em pequenas briguinhas. Gosto de ver as pessoas olharem para mim de lado. Sim, sinto-me superior. Superior só pelo motivo de saber que elas apenas têm um pouquinho de inveja. Enquanto todas as noites elas têm de pegar um e se embebedarem até dizer chega para se divertirem, eu consigo divertir-me sozinha. Sem rapaz.

Claro que, por muito que tenha desistido dos rapazes, às vezes abro uma pequena exceção, mas não passa de nada demais. Apenas uns beijos e às vezes nem a isso chega.
Guardo respeito por mim própria e o meu corpo.

Sou do tipo de rapariga que podem considerar como uma rapariga sem vida. Mas vida é o que não me falta. Tenho 16 anos e tenho uma enorme liberdade já. Claro que por vezes os meus pais acham que abuso, mas eles conhecem-me e sabem que eu munca faria nada que me prejudicasse e é por isso que me dou tão bem com eles. Porque eles depositam uma confiança enorme em mim.

E por isso sinto-me sortuda, porque posso viver a minha vida conforme eu quero sem ter de dar explicações a ninguém, sem depender de alguém, sem ter de chorar de cada vez que discuta com alguém que considero importante.

Esta é só a minha vida. A vida que, agora, eu não trocava por nada. Estou tão bem, longe dessa vida amorosa que todas as minhas amigas têm. Estou tão bem solteira. Estou tão bem sem sentir a porra do meu coração bater acelarado sempre que vê algum rapaz. Por isso é que não, eu não trocava a minha vida por qualquer uma.

The age between us | L.T.Onde histórias criam vida. Descubra agora