Capítulo 2

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Acordo sobressaltada.

Coloco um pé no chão, e levanto-me de seguida da cama, que ainda chamava por mim. Olho para o pequeno relógio que tenho na minha mesinha de cabeceira e vejo que já são duas da tarde.

Como estou de férias, não me preocupo muito, por isso abro a porta do meu quarto e desço as escadas indo em direção à cozinha. Sentia uma ponta de fome, mas sentia também o meu estômago embrulhado. Como se estivesse nervosa com alguma coisa.

Abro o frigorífico e procuro algo em condições para comer.

- Não quero... Não quero... Não quero... - digo virando o frigorífico do avesso.

Não tinha nada que eu pudesse almoçar, por isso decido ir até ao pequeno super-mercado em frente à minha casa comprar uma refeição rápida.

Subo as escadas até ao meu quarto a correr e quase tropeço. Vou até ao meu armário e coloco umas calças jeans e deixo-me ficar com a camisola com que estava. Calço o primeiro par de sapatilhas pretas que encontro e como me encontrava com calor, decido amarrar num instante o meu cabelo num coque.

Vou novamente até à cozinha e pego em algum dinheiro do jarrinho de emergência de comida que a minha mãe me deixa, por não ter tempo de cozinhar, nem sequer de ir às compras.

Eu percebo que os meus pais sejam ocupados, mas por vezes gostava que eles fossem um pouco mais presentes. Por outro lado, eu até gosto desta liberdade que tenho graças a isso. Mas ainda assim, preferia não ter de comer comida comprada. Eu podia cozinhar, mas o problema é que eu iria deixar queimar tudo. Sou um zero à esquerda quando se trata de cozinhar. A única coisa que sei fazer mesmo, é aquecer comida no microondas.

Saio de casa, fechando a porta à chaves e caminho até ao super-mercado que fica nem a 5 minutos a pé.

Vejo a enorme fachada do mesmo, e entro, correndo praticamente para a área das lasanhas. Oh meu deus, que perdição! Procuro uma que seja apenas de uma dose e quando encontro pego nela e dirijo-me à secção dos sumos. Procuro um sumo para levar como bebida para o almoço e logo decido ficar-me pelo Iced Tea de pêssego. Um dos meus preferidos.

Ía a pegar no frasco, quando por acaso uma menina do outro lado do super-mercado começa a chorar e eu olho. Volto então a minha atenção para a lata e quando a minha mão toca no frio da mesma, sinto uma mão tocar na minha também.

Largo a lata, com o susto, deixando a mesma cair no chão. Olho para a pessoa que se encontra à minha frente e vejo que está tão assustada quanto eu.

- Desculpa! - o rapaz loiro fala e agaixa-se para apanhar a lata, que felizmente ainda estava intacta. - Toma. - ele dá-me a lata de sumo.

- O-obrigada. - falo, ainda encarando o rapaz de cabelo loiro, que se notava ser falso.

Ele sorri e pega numa outra lata de sumo, virando costas e seguindo com a sua vida.

Dei de ombros. Rapazes.

Caminho então até à caixa de pagamento. Sou atendida de imediato e dou o dinheiro à certa à senhora da caixa. Coloco as minhas coisas dentro de um saco e saio então do super-mercado.

Dirijo-me novamente até à minha casa e quando chego vou direta à cozinha. Coloco a lasanha a aquecer durante uns 6 minutos no microondas, segundo as instruções da caixa e vou preparando um cantinho da mesa para comer. Pego na lata de sumo e coloco-me a observá-la enquanto a lasanha aquece. Aquele rapaz. Aquilo, foi estranho.

Ouço o beep beep do microondas e acordo do transe onde me encontrava. Levanto-me e abro com toda a pressa do mundo a porta do microondas, pegando de seguida numa luva para tirar a lasanha lá de dentro.
Os meus pais custumam dizer que sou muito maricas por o fazer, mas a verdade é que tenho a pele frágil e se não o fizer, queimo-me logo.

The age between us | L.T.Onde histórias criam vida. Descubra agora