Capítulo 16

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Sinto o olhar de Louis preso em mim e as minhas mãos que se agarravam uma à outra em sinal de nervosismo, transpiravam como nunca. Levanto a cabeça, fazendo com que os meus olhos se encontrassem novamente com os dele e volto novamente a perder o meu olhar em qualquer coisa, desde que não fosse em Louis.

Não sei onde estava com a cabeça quando aceitei falar com Louis, não que eu tivesse algo a falar com ele, porque realmente não tinha. E depois de tudo o que disse a Louis em minha casa, não contava que o mesmo fosse de opinião contrária. Ele realmente queria falar, eu só não entendia o porquê e de quê que ele queria falar.

As coisas entre nós não poderiam ter sido mais explicitas, ele não poderia ter deixado nada mais explicito. Eu e Louis nunca iriamos ser um só e se Louis tivesse novamente a intenção de me dizer isso, eu provávelmente não voltaria a responder por mim.

O meu olhar volta a pousar em Louis que estava sentado no sofá mais pequeno de casa de Anne e James, longe de mim, e o ambiente permanecia num silêncio profundo.

- Louis, eu não tenho o tempo do mundo para estar aqui assim. Eu nem sei porque aceitei falar contigo. - Levanto-me, bufando e desviando o meu olhar do seu.

Não demora muito até que Louis solte um suspiro profundo e se levante também, vindo na minha direção.

- Eu quero falar contigo. Mas eu não o consigo fazer aqui.

O meu olhar volta-se a encontrar com o dele e eu sinto as minhas pernas fraquejarem. Louis tinha um efeito demasiado forte em mim. Mas apesar disso, eu não podía demonstrar a Louis o quão vulnerável eu ficava apenas com um olhar dele.

- O que tem este lugar? Porque não dá aqui?

- Porque não é a casa de nenhum de nós. Porque é estranho falar disto em casa do meu melhor amigo.

Eu não me interessava se Louis achava estranho falar comigo aqui ou não, eu apenas não queria continuar a fazer parte desta brincadeira de Louis, eu não suportava mais o facto de que Louis e eu estavamos a tornar estas discussões rotina sempre que nos encontravamos.

- Eu tinha deixado bem claro que não queria mais falar contigo, Louis. Tinha-te pedido para me ignorares sempre que me visses e claramente não foi isso que fizes-te. Mas mesmo assim dei-te uma oportunidade para falares comigo, e agora achas que este não é o local para falares comigo? Então fica a saber que mais nenhum local o é. Eu não vou jogar os teus joguinhos, Louis.

Louis observa-me surpreendido com as minhas palavras.

- Joguinhos? Eu não estou a tentar brincar contigo, Marian. Eu quero falar contigo de verdade. Eu não consigo tirar tudo isto da minha cabeça.

- Então fala, Louis. Eu estou aqui agora, portanto, fala.

- E se aparecer alguém? E mais uma vez a conversa não estiver no rumo certo?

- Tudo bem, Louis. - bufo novamente. - Precisa de ser mesmo agora essa conversa?

Louis acena que não.

- Amanhã podemos ir até minha casa?

- Louis... Eu não acho boa ideia isso. - Falo bastante reticente.

- Por favor, Marian. Lá sempre temos a nossa privacidade, eu vivo sozinho e para além disso eu dou-te a minha palavra em como não te faço mal.

- Eu não sei... - Hesito um pouco antes de falar. - Eu continuo a não achar boa ideia.

- Marian, eu prometo que nada de mal vai acontecer, eu só quero falar, eu só preciso de falar.

Suspiro profundamente antes de os meus olhos se cravarem em Louis.

The age between us | L.T.Onde histórias criam vida. Descubra agora