Capítulo 1

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  O céu estava escuro e o mundo parecia iluminado apenas pela lua. Eu estava usando uma calça jeans preta, uma camisa da cor de um morango maduro e uma jaqueta, que ia até os meus cotovelos, também preta.

— Jenn! — me chamaram. Logo vi o andar apressado de Megan vindo à minha direção. — Você ainda não está pronta? Não acredito! Eu disse que viria te pegar às sete!

— Eu estou pronta!

  Megan era minha melhor amiga desde os sete anos de idade.

— Você vai ficar lá em casa por uma semana, cadê o restante de suas roupas?

  Megan estava nervosa e isso me deixou meio desconfiada. Era só eu: Jennifer. Sua ansiedade era estranha de se observar. Olhei de relance para minha mala e então a segurei levantando-a até bem perto do rosto da minha amiga.

— Tá, tá. Vamos logo — ela respondeu, caminhando em direção ao seu carro.

  Entramos no veículo e então eu não resisti em perguntar:

— Por que está tão apressada?

— Por nada — ela respondeu, simplesmente. — Por quê? — perguntou, olhando de relance para mim e, logo depois, voltando os olhos para a estrada.

— Megan — falei, encarando-a seriamente —, eu te conheço.

  Ela revirou os olhos e depois de alguns segundos finalmente respondeu:

— Não é só você que vai lá para casa, Jenn.

— Eu não ligo se outras amigas suas também estiverem lá, Meg. Você sabe...

Ela mordeu os lábios e respirou fundo, sua expiração me interrompendo.

— Não são amigas — ela endireitou a cabeça para me encarar. — São amigos. O John e um amigo dele que eu não conheço.

  John era o namorado da Megan. Seria, sim, chato ficar sobrando ali o tempo todo, mas a Megan era maluca ao ponto de convidar alguém para ficar uma semana em sua casa sem nem conhecer?!

— Você é maluca?! — soltei, incrédula. — Como você convida alguém para ir à sua casa que você nem conhece, Megan?

— Ele é legal, tá? — falou Megan, devagar. — O John me falou sobre ele, disse que era gente boa. Fica tranquila!

  Me encolhi no banco de carona, obrigando-me a relaxar. Megan não falou nada até chegarmos na frente de sua casa. As luzes estavam acesas e o som alto era ouvido a quilômetros de distância. Eu a encarei com um olhar de eu-te-avisei.

— Qual é! — ela falou.

  Eu ri.

—Você nem sabe se é o John ou o amigo dele — ela argumentou, com um olhar de acusação.

— Mas eu nem falei nada — retruquei, estendendo as mãos no ar.

  Megan fez uma careta e abriu a porta.

  Logo vi John e seu amigo.

  Sobre o amigo dele: cara, ele era gato. Muito gato. O estranho é que eu senti que já o tinha visto antes, em algum lugar que eu não lembrava. Cutuquei Megan e ela deu um sorrisinho.

— E aí, amor — ela falou para John, encostando seus lábios nos dele rapidamente.

  John sorriu, abaixou o volume do som e olhou para mim.

—Oi — falou John, retribuindo a carícia com outro selinho e, depois, se virando para mim. —Tudo bem, Jenn?

—Oi, John. Tudo e com você?

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