Capítulo 11

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Eu estava sentada, encostada em Dylan. Nós tínhamos passado a noite conversando sobre as últimas coisas que tinham acontecido e ele tinha me explicado algumas coisas sobre as bruxas: elas eram muito boas em persuasão.

— Escute... O que aquela bruxa feia quis dizer com se alimentar de mim?

Ele me encarou, surpreso que eu havia escutado atrás da porta mas logo seu olhar se suavizou. Óbvio que eu ia escutar.

— É uma forma das bruxas se manterem mais jovens. Sugam você. Não posso permitir isso.

Que... nojo.

— Se eu não morreria, talvez seja melhor que você perder suas asas. Seria um melhor acordo, Dylan.

— Pro inferno com o acordo — ele retrucou, mas senti em sua voz a ameaça vazia. — Não insista nisso, já está decidido.

Revirei os olhos com tanta força que quase os senti descendo pela garganta.

— Você tá com fome? — ele me perguntou.

— Não — respondi. — Nem com sono.

  Eu estava sentindo falta das conversas divertidas que tínhamos quando estávamos na casa de Megan. As coisas estavam tão sérias agora... Eu queria ver Dylan bem de novo. Fazia tempo que eu não o via sorrir — nem mesmo de forma irônica, como ele costumava fazer quando nos conhecemos.

— Eu vou pegar algo para você comer — ele disse, se levantando.

— Não! — protestei. — Eu não estou com fome.

— Mais tarde elas vão fazer o feitiço, esqueceu? Você tem que estar bem — ele reclamou.

  Grunhi.

— Você vai mesmo deixar que elas fiquem com suas asas? — perguntei, ficando com raiva por ele se recusar veementemente a outra alternativa.

— Você sabia que isso teria um preço — ele disse, fingindo não se abalar.

— É, mas eu queria ajudar — reclamei.

— Vai ajudar concordando com isso e, depois — ele pausou. —, nós ficaremos juntos.

— Um anjo consegue viver sem suas asas? — perguntei, curiosa.

— É a mesma coisa de um humano viver sem um dos braços, digamos assim — ele suspirou. — Vai ser difícil sim mas... Eu vou me acostumar e, além de tudo, vou estar com você. Isso tudo vai acabar.

  Eu me senti ainda mais culpada por tudo o que estava acontecendo e desejei minha cama para que eu pudesse me encolher e desaparecer. Se eu não tivesse me apaixonado por Dylan e nem Dylan por mim, ele poderia viver tranquilamente — e eu também. Mas apesar das consequências daquilo, eu não conseguia imaginar minha vida sem Dylan nela. Minhas vidas.

  Dylan saiu e eu fiquei sozinha naquele lugar que eu nem sabia direito onde era. Minha cabeça estava à mil mas, infelizmente, desta vez eu não podia tirar um tempo para mim mesma.

— Vamos precisar de dezesseis bruxas, Alexa — escutei Ariel falando. — O total de nós todas juntas. Vamos estar canalizando a energia em uma só, o que significa que se uma morrer, todas morrem. 

— Não vamos morrer! — replicou a bruxa de cabelos brancos. — Pare de jogar pragas! Irmãs, vocês estão comigo, não estão?

  Burburinhos começaram e calaram-se abruptamente.

  Então seu nome era Alexa. 

  Eu me aproximei, procurando de onde estavam falando para escutar melhor, mas não conseguia distinguir bem de onde o som vinha.

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