Capítulo 9

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Abri os olhos com muito esforço, minhas pálpebras pesavam e minha cabeça estava girando. Tateei à procura de meu celular.

  Sábado

   14:21

2 mensagens.

  Levantei da cama num pulo. Não conseguia nem lembrar quando eu tinha pegado no sono. Minhas costas doíam. Peguei o celular de novo para checar as mensagens. A primeira era de Megan:

09:44    Como vc tá? Ainda está brava? Precisamos nos ver.

  Eu não respondi. Não estava necessariamente brava, mas só de pensar no assunto de Dylan minha cabeça começava a latejar. Só queria um tempo.

  A segunda mensagem era de um número que eu não tinha adicionado na agenda. Era um endereço e um horário, assinado por Ty. Hum... Tyler. Eu tinha me esquecido completamente da festa. Segundo a mensagem, começaria às oito horas da noite, o que era bom porque assim eu teria tempo.

  Revirei meu guarda-roupa à procura de algo legal. Eu não estava em clima de festa ou de qualquer comemoração. Eu queria que Dylan estivesse comigo e o fato de ele estar distante, ainda que por escolha minha, me trazia um mau humor terrível. Eu ainda precisava um tempo para dissolver tudo aquilo. 

  Eu acreditava em Dylan. Acreditava fielmente em cada palavra que saíra da sua boca mas ainda assim era complicado. Não era um problema que se resolveria facilmente — se é que existia uma solução. Grunhi só de pensar na possibilidade de ficar distante dele por muito tempo. Eu queria que ele me procurasse, mas sabia que ele devia estar tão mal quanto eu e, se eu estivesse no lugar dele, também esperaria por mim. De certa forma, ainda me sentia grata por ele não ter me procurado. Era um sentimento para lá de conflitante. Depois de tomar um banho e arrumar algumas coisas, desci para falar com meus pais que estavam com um humor maravilhoso, diferente de mim — mas eu estava realmente me esforçando para não demonstrar. Não queria que fizessem perguntas, não queria falar.

  Embora eu não estivesse afim de ir para a festa, me arrumei direitinho. Minha mãe iria me deixar no tal endereço e depois passear com meu pai, como eles faziam todas as noites de sábado. O dia passara tão depressa que mal percebi que já estava na hora. Eram oito horas da noite. Eu chegaria um pouco atrasada, mas não faria mal.

  Papai estava dirigindo dessa vez e mamãe estava no banco de carona, folheando uma revista. Eu fiquei observando as ruas pela janela, parecia tudo tão vazio. Desejei ter contado para Megan que estava indo para a festa de Tyler. Eu não estava mais magoada com ela, não tinha razão para ficar chateada. Ela já tinha até terminado o namoro por causa disso... infelizmente. Perguntei-me se ela e John tinham se resolvido durante este tempo. Estava sentindo falta de Megan.

  Mamãe parou na esquina do tal endereço. Ela não me deixou exatamente na frente do local porque iria ficar na contra mão e ela teria que percorrer um enorme retorno até que voltasse à estrada que queria. Não era muito longe e meu sedentarismo agradeceu por isso.

— Casa de número sessenta e dois — falei baixinho, lendo a mensagem no meu celular.

  Uma mão tocou no meu ombro e me virei em alerta para tirar a mão de mim, imediatamente.

— Ei — falou Tyler, segurando um copo de cerveja na mão.

  Eu fingi não reparar no copo e olhei-o nos olhos por alguns segundos, antes de desviar o olhar.

— Oi — falei, sorrindo. — Você me assustou.

  Tyler parou, olhando-me de cima a baixo e sorriu.

— Desculpe. E você está linda — replicou, fingindo uma reverência.

— Estou, não estou? — falei, segurando a ponta de meu vestido e dando uma voltinha.

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