Capítulo 7

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Abri os olhos tentando recordar onde eu estava. Uma parede branca era tudo o que tinha na minha frente — não ajudando em nada. Eu estava deitada, coberta por um lençol branco até o pescoço. Estreitei os olhos tentando enxergar através da luz. Minha cabeça girava e eu não conseguia lembrar de nada. Endireitei a cabeça para olhar para a porta para ver que mamãe estava lá, parada como uma estátua.

— O que aconteceu? — perguntei, estranhando imediatamente a minha voz rouca.

  Mamãe deu alguns passos até a cama onde eu estava e sorriu gentilmente.

— Você passou mal na casa da Megan — ela disse, passando a mão pelos meus cabelos. 

  Não demorou muito até que minha memória voltasse — não completamente, eu ainda não sabia o que estava fazendo no... hospital.

— Ah — falei, arqueando uma das sobrancelhas. —, por quanto tempo eu fiquei apagada?

— Não muito — ela disse, fazendo uma careta ao olhar para o relógio. — Por uma hora, mais ou menos.

  Tinha sido a primeira vez no ano que eu tinha ido para o hospital e... não era meu lugar favorito, é claro. Mas era um dos meus lugares menos favoritos de todos.

— Megan ficou preocupada — mamãe contou. — e pediu para que você ligasse para ela assim que acordasse.

— Tudo bem — olhei para o teto, inquieta. — Quando vou poder sair daqui?

— Logo o Dr. Treton chega e...

  Mamãe foi interrompida pelo médico, que surgiu na porta segurando alguma coisa que eu não consegui ver. Eu o conhecia desde os oito anos de idade, ele era amigo do meu pai.

— E então, como está a srta. Collins? — ele perguntou, sorrindo, olhando para mim. 

  Embora eu o conhecesse há nove anos, Dr. Treton sempre me chamara pelo sobrenome. Pensar em sobrenomes me fez querer saber qual era o sobrenome de Dylan, eu não lembrava de ele já ter mencionado.

— Eu estou bem — falei.

  Dr. Treton gesticulou para que eu me sentasse e assim o fiz. Ele estava com um estetoscópio em volta de seu pescoço e o ajeitou para ouvir meu coração. Me perguntei como seria ouvir meu coração quando eu estivesse perto de Dylan e sorri.

  Ele ouviu meus batimentos cardíacos, checou meus olhos e sorriu.

— Você está bem — ele falou. — Parece que foi só um susto — ele virou-se para a minha mãe. — Isso pode ter sido causado por alimentação irregular, uma queda de pressão, nada muito grave — e então voltou para mim. — Mas é bom que você tenha uma boa alimentação daqui em diante, ouviu? — reclamou o médico, com um pequeno sorriso em seus lábios. — Está liberada, senhorita.

...

  Algum tempo depois de eu ter chegado em casa, meu celular não parou de tocar, me senti até importante. Várias mensagens de Megan chegaram juntas:

  Megan:

17:30     Oi, como vc está? Me liga quando puder! Faz tempo que você saiu daqui!

17:35     JENN, O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO DA VIDA???? ME MANDE NOTÍCIAS!

17:36    Espero que vc esteja bem e que venha para a festa de John amanhã. Será às 19hrs, esqueci de avisar. P.s.: me ligue.

  Disquei o número de Megan e ela atendeu na segunda chamada.

— Jenn, Jenn, Jenn — ela atendeu cantarolando. — Por fim!

— Oi — falei, andando de um lado para outro dentro do meu quarto. Bob estava na minha cama, sentado e parecia estar distraído com alguma coisa no chão.

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