CAPÍTULO 7

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Riverwind – Alaska/CanadaFebruary 14, 2017 - Winter | 4 years ago

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Riverwind – Alaska/Canada
February 14, 2017 - Winter | 4 years ago

   O dia estava um pouco agitado essa manhã, como se uma nuvem densa estivesse baixa deixando o ar mais pesado. Hoje era o Dia dos Namorados, o ar deveria estar mais alegre e leve, mas em vez disso, eu sentia como se minha mente contrariasse tudo.

   — Vamos princesa, você vai acabar se atrasando — meu pai disse, parado no batente da porta da cozinha.

   Papai estava com seu terno habitual, pronto para exercer sua função como senador e braço direito do vovô, ele poderia parecer doce agora, mas eu sabia... mesmo que ele tentasse esconder, eu sabia que quando ele estava na prefeitura, ele vestia uma máscara de seriedade, se comportava com meu avô o ensinou a se comportar, como um rei, um rei que tinha que manter seu povo longe dos perigos.

   — Estou indo, tchau Rose — me despedi da mulher loira e puxei o braço do meu irmão — Vamos Jace.

   O garoto riu da minha animação e então seguimos para fora de casa, entrando na parte de traz do carro enquanto nosso pai se sentava no banco do motorista e ligava o automóvel.

   — Vocês ouviram os boatos? — Jace, sentado ao meu lado comentou.

   — Que boatos? — minha curiosidade veio à tona.

   — Estão dizendo que um grupo de caras mascarados invadiram minha escola e detonaram com o corpo estudantil — sua explicação apenas me deixou mais curiosa.

   — Por que fariam isso? — voltei a perguntar.

   — Não sabemos querida, eles apenas vieram e bagunçaram tudo — meu pai explicou — Por isso, quero que tomem cuidado hoje.

   Balancei minha cabeça em confirmação enquanto via Jace fazer o mesmo – pessoas mascaradas invadindo escolas, quem eram esses caras, como Jace havia dito?

   Quando fui deixada na frente da minha escola, esperei que o carro prateado sumisse das minhas vistas e então entrei no grande prédio. Darcy Rivens era das únicas escolas primarias que havia em Riverwind, eu estudava aqui junto com meu irmão mais novo, Percy, mas não na mesma sala, e não no mesmo ano.

   Meu pai não havia errado quando disse que eu me atrasaria, nos longos corredores já não havia quase ninguém, com medo de levar uma bronca da professora, apressei meus passos em uma curta corrida, mas a pressa tinha apenas feito com que eu trombasse em algo, ou melhor, alguém.

   — Desculpe — murmurei baixinho olhando para o chão em vergonha.

   — Você não olha por onde anda Barbie? — a voz que carregava um pouco de sotaque estrangeiro disse, fazendo com que eu levantasse minha cabeça para ver melhor a pessoa.

   Era um garoto, sua pele era morena e ele era claramente mais alto do que eu, com olhos escuros puxados e o cabelo cortado como uma tigela, aquele era Hiroshi Kennedy, filho do chefe de polícia Hashimoto – conhecendo ele, eu sabia que Hiro preferia usar o sobrenome de sua falecida mãe, diferente de seu irmão mais velho, Kai, que usava o sobrenome de seu pai.

   — Eu já pedi desculpas, e você também não estava olhando por onde anda — retruquei nervosa.

   — Cuidado com a língua Barbie, plástico derrete com fogo — ele disse com um sorriso malicioso nos lábios, seus olhos analisando toda a minha pequena figura enquanto ele torcia o nariz em desgosto.

   — Isso foi uma ameaça? — questionei, mesmo sabendo a resposta.

   — Intérprete como quiser, Diaba — ele saiu, esbarrando com tudo no meu ombro e quase me levando ao chão.

    Hiroshi nunca foi com a minha cara, sempre que estávamos reunidos por causa de nossas famílias, o garoto se mantinha o mais longe possível de mim, mas quando não dava, ele apenas usava essa oportunidade para direcionar comentários maldosos a minha pessoa.

   A ideia de levar uma bronca pelo atraso me fez entrar em pânico, voltei a correr pelos corredores, mais rápido do que antes até finalmente encontrar minha sala de aula, a voz da minha professora já podia ser ouvida pelo lado de fora da porta fechada.

   — Com licença Miss. Weston — chamei baixinho enquanto adentrava a sala.

   — Atrasada Persephone, você sabe que não é bom atrasar — ela parou a explicação e se direcionou a mim.

   — Eu sei, desculpe — olhei para a mulher.

   — Tudo bem, vá se sentar, e que isso não se repita por favor — ela se voltou para o quadro.

   Tatiana Weston era uma mulher jovem, de 26 anos, um corpo magro e pele clara, longos cabelos castanhos na qual ela sempre mantida amarrado em um rabo de cavalo alto e grandes olhos azuis.

   Fui rápida em me sentar no meu lugar designado, a minha frente se sentava Karoline Sink e a minha direita estava Maliah Laurents, minhas duas melhores amigas.

   — Como eu estava explicando antes turma, em homenagem ao dia de hoje, vou propor para vocês uma pequena tarefa, vou passar em cada mesa entregando três folhas, uma vermelha uma rosa e uma branca — a mulher mais velha explicou — A folha vermelha vocês usaram para fazer um cartão, e as outras duas serviram de recorte para que vocês possam decorá-lo, escrevam no cartão para quem quiserem, não é da minha autoria me intrometer nessa informação.

   A sala inteira concordou, Miss. Weston passou de mesa em mesa entregando as folhas, mas aquilo não foi realmente do meu agrado, para quem diabos eu escreveria uma carta? Além do mais, eu achava isso meio besta.

   Mas na verdade eu tinha alguém para quem escrever, acho que todos tínhamos para quem escrever, o diferente, era que minha carta não iria para o destinatário.

"Suas palavras são como uma doce mentira,

Um conto de fadas que me prende a vida,

Seus olhos ao escurecer, sempre a minha mira,

Mas nem o gostar você mostra, bonito menino"

— Para alguém que não consegue amar.

   Essa era a pessoa que nunca receberia esse cartão, apenas pronunciar ou escrever seu nome já era um ato vergonhoso, não que ele fosse ruim, mas eu sentia que o amor não era algo da qual ele gostasse, muitas vezes em que o via, sentia que ele estava preso a algo ou alguém, e por isso, amar não era sua melhor característica.

   Essa era a pessoa que nunca receberia esse cartão, apenas pronunciar ou escrever seu nome já era um ato vergonhoso, não que ele fosse ruim, mas eu sentia que o amor não era algo da qual ele gostasse, muitas vezes em que o via, sentia que ele es...

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